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Seja "corajoso" para encerrar esse bloqueio, pede líder catalão preso ao premiê espanhol

23/11/2018 18h41

Por Anna Valderrama

MADRI (Reuters) - Um líder catalão detido pediu que a Espanha apresente novas propostas para resolver a disputa em torno do status da região separatista, dizendo que os apoiadores da causa não irão necessariamente insistir em um plebiscito de independência, sinalizando uma aparente concessão.

Jordi Sánchez fez um apelo ao primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, que disse estar disposto a promover um referendo para garantir mais autonomia à região e prometeu apresentar planos detalhados no parlamento no dia 12 de dezembro.

"Nós dizemos a Pedro Sánchez: proponha o que quiser, mas proponha alguma coisa", afirmou Jordi Sánchez à Reuters na semana passada, falando por trás de uma proteção de vidro no centro penitenciário de Lledoners, na região de Barcelona.

"Pedimos que ele seja corajoso e tome uma decisão para resolver esse conflito... sem um referendo, a independência não é possível, mas estamos dispostos a avaliar opções que possam eventualmente levar a esse objetivo", disse.

Separatistas catalães insistiram anteriormente que não cederiam a uma solução que não fosse um referendo. A abertura política de Sánchez poderia assentar o caminho para um novo diálogo entre os governos central e regional. 

Parte da entrevista com Jordi Sánchez, uma das mais influentes vozes no movimento separatista, foi realizada por meio de perguntas e respostas por escrito. 

Um ex-líder do movimento Assembleia Nacional Catalã, Sánchez foi eleito no início do ano para o parlamento regional e foi candidato à liderança da região. Desde então, ele renunciou após um juiz impedi-lo de comparecer às sessões parlamentares. 

Madri impôs um governo direto na rica região do nordeste do país em outubro de 2017, depois que a Catalunha declarou sua independência com base em um referendo considerado inconstitucional pelos tribunais espanhóis.