Forças dos EUA começam a deixar Síria, autoridades veem retirada total
Por Idrees Ali e Phil Stewart
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira que começaram a retirar suas forças da Síria, e autoridades disseram que o país cogita remover todos seus soldados agora que encerra sua campanha para retomar territórios antes ocupados pelo Estado Islâmico.
"Começamos a mandar tropas dos Estados Unidos para casa agora que passamos para a próxima fase desta campanha", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, em um comunicado emitido depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, tuitou que "derrotamos o ISIS (Estado Islâmico) na Síria, minha única razão para estar lá".
O comunicado de Sarah não deixou claro de imediato se todos os cerca de 2 mil soldados dos EUA no país partirão e, em caso positivo, a partir de quando. Ela deu a entender que Washington continuará engajada até certo ponto.
"Os Estados Unidos e nossos aliados estão a postos para reengajamento em todos os níveis para defender interesses americanos sempre que necessário, e continuaremos a trabalhar juntos para negar territórios, financiamento e apoio a terroristas islâmicos radicais."
A decisão de uma retirada total, se confirmada, contradiz suposições a respeito de uma presença militar norte-americana de prazo mais longo na Síria, o que autoridades de primeiro escalão dos EUA postularam para garantir que o Estado Islâmico não consiga se reerguer.
Ela também pode reduzir a influência de Washington na região e minar os esforços diplomáticos para encerrar uma guerra civil que matou centenas de milhares de pessoas na Síria e deslocou cerca de metade da população pré-conflito de 22 milhões de habitantes.
O Departamento de Estado dos EUA retirará todo seu pessoal da Síria dentro de 24 horas, disse um funcionário norte-americano graduado à Reuters.
Relatos de uma retirada militar total renderam críticas de imediato, inclusive de alguns dos colegas republicanos de Trump.
Trump já expressou um desejo forte de chamar as tropas de volta quando possível, e seu tuíte desta quarta-feira mostrou que ele não vê razões adicionais para permanecer.
Autoridades dos EUA que conversaram com a Reuters sob condição de anonimato não revelaram detalhas das deliberações sobre o recuo das tropas, e a ocasião não ficou clara de imediato.
Mas um funcionário contou à Reuters que parceiros e aliados foram consultados. Dois outros disseram que uma decisão já foi tomada, mas não foi possível confirmá-lo imediatamente.
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