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ONU pede que Reino Unido permita que Assange deixe embaixada do Equador livremente

21/12/2018 16h10

GENEBRA (Reuters) - Especialistas de direitos humanos da ONU pediram, nesta sexta-feira, que autoridades britânicas permitam que o fundador da WikiLeaks, Julian Assange, deixe a embaixada do Equador em Londres sem medo de ser preso ou extraditado.

O Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária da ONU reiterou sua conclusão publicada em fevereiro de 2016 de que Assange tem sido ilegalmente detido sem acusação na embaixada, onde mora há mais de seis anos.

Ele inicialmente pediu asilo para evitar ser extraditado para a Suécia, onde autoridades queriam interrogá-lo como parte de uma investigação sobre agressão sexual. Desde então, o inquérito foi encerrado.

Assange, cujo site publicou milhares de documentos confidenciais do governo norte-americano, negou as alegações suecas, dizendo que a acusação era parte de um plano que eventualmente o levaria aos Estados Unidos onde procuradores estariam preparando um caso criminal contra ele.

O Reino Unido diz que Assange será preso por violar as condições de sua fiança se deixar a embaixada, mas que qualquer sentença não será superior a seis meses, se ele for condenado.

O governo britânica não tinha comentário de imediato sobre o pedido da ONU mas, em junho, o ministro de Relações Exteriores britânico, Alan Duncan, disse que Assange seria tratado de maneira humana e adequada.

"A única justificativa restante para a contínua privação de liberdade do sr. Assange é uma violação de fiança no Reino Unido que é, objetivamente, uma ofensa menor que não pode a posteriori justificar os mais de seis anos de confinamento a que ele tem sido sujeito desde que buscou asilo na embaixada do Equador", disseram os especialistas da ONU em comunicado.

"É hora do sr. Assange, que já pagou um preço alto por exercer pacificamente seu direito de liberdade de opinião, expressão e informação, e por promover o direito à verdade no interesse público, recuperar sua liberdade", disseram.