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Menino que morreu sob custódia dos EUA deixou principal área de emigração da Guatemala

26/12/2018 18h16

CIDADE DA GUATEMALA (Reuters) - Um menino de 8 anos da Guatemala que morreu nesta semana sob custódia dos Estados Unidos havia caminhado com seu pai até a fronteira norte-americana saindo de um vilarejo no noroeste da Guatemala, afirmou o governo guatemalteco nesta quarta-feira, seguindo milhares de outros que tornaram a área um ponto central de emigração.

Felipe Gómez Alonzo e seu pai, Agustín, de 47 anos, saíram da cidade de Nenton, na província de Huehuetenango, disse a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Guatemala, Marta Larra.

Gómez foi a segunda criança a morrer neste mês sob custódia dos EUA após chegar ao país pelo México, depois da morte de Jakelin Caal, uma menina de 7 anos também da Guatemala que morreu no início de dezembro.

Os pais de Gómez, que falam o idioma maia Chuj e pouco espanhol, pediram que uma autópsia seja realizada o mais rápido possível para que o corpo possa ser repatriado à Guatemala, disse Larra. Os resultados devem ficar prontos em cerca de uma semana, acrescentou.

A maior parte das famílias de Nenton tem origem indígena e sobrevive de plantações de milho e feijão, assim como de dinheiro enviado por parentes que trabalham nos Estados Unidos e no México, de acordo com relatório do governo.

A província de Huehuetenango tem a maior taxa de emigração da Guatemala todos os anos, disse Larra.

A agência de Alfândega e Proteção de Fronteira norte-americana (CBP) ainda não divulgou a causa oficial de morte do menino.

A Patrulha de Fronteira passará a realizar exames médicos adicionais em todas as crianças sob sua custódia, com atenção especial para os menores de 10 anos, disse a CBP. A agência também está considerando opções para liberar imigrantes para abrigos temporários e trazer assistência médica de outras áreas.

O pai e filho foram detidos em 18 de dezembro em El Paso, Texas, por entrar ilegalmente nos Estados Unidos, disse a agência.

(Reportagem de Daina Beth Solomon na Cidade do México, Sofia Menchu em San Antonio Secortez, Guatemala e Yeganeh Torbati em Washington)