Cuba planeja mais austeridade devido ao agravamento das finanças
Por Marc Frank
HAVANA (Reuters) - Com pouco dinheiro em caixa, Cuba planeja novas medidas de austeridade e pressionará sua máquina estatal a apertar o cinto e diminuir a burocracia para enfrentar o crescimento baixo, a queda na renda de exportações e a elevação da dívida.
A economia cresceu em média 1 por cento nos últimos três anos, enquanto economistas dizem que a taxa precisa ser de 5 a 7 por cento para que ela se recupere plenamente da depressão dos anos 1990, causada pelo colapso de sua ex-benfeitora União Soviética.
Mais recentemente o país comunista foi abalado pela ruína econômica da Venezuela, sua nova patrocinadora e aliada estratégica, que começou a enviar combustível e dinheiro em troca de médicos e remédios 18 anos atrás.
Outros choques externos, como o furacão Irma no final de 2017 e o endurecimento das sanções norte-americanas do governo Trump, também pesaram sobre a economia da ilha caribenha.
"O plano 2019 é de ajuste às realidades atuais. Não podemos gastar mais do que ganhamos", disse o ministro da Economia, Alejandro Gil Fernández, em uma sessão da Assembleia Nacional na semana passada.
As estatais representam e controlam a maior parte da atividade econômica, incluindo finanças e comércio exterior, na economia planificada da nação.
A dívida externa estava em 15,8 bilhões de dólares quando Cuba a reportou pela última vez em 2015. O país começou a atrasar os pagamentos de alguns fornecedores e investidores em 2016, e diplomatas e empresários ocidentais estimam a dívida de curto prazo acumulada desde então em mais de 1,5 bilhão de dólares.
O presidente Miguel Díaz-Canel disse à Assembleia que no ano que vem o país reduzirá levemente os pagamentos em atraso por meio de medidas de austeridade e aproveitando um excesso de estoques e reservas de emergência.
Díaz-Canel e Gil disseram que os planos para fazer a economia crescer 1,5 por cento, depois do fraco 1,2 por cento deste ano, se basearam em parte na eliminação de práticas burocráticas, do desperdício e do roubo.
"O plano precisa ser executado imediatamente. Temos que rever o sistema para que não exista espaço para os burocratas manobrarem", afirmou Díaz-Canel.
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