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É preciso aguardar apuração de ameaças contra Jean Wyllys, diz Mourão

25/01/2019 14h55

BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira que é preciso aguardar as investigações das ameaças que envolvem o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), que na véspera anunciou que não vai assumir o mandato para o qual foi reeleito, mas destacou que ameaças a parlamentares são crimes contra a democracia.

"Quem ameaça parlamentar está cometendo um crime contra a democracia porque uma das coisas que é mais importante é você ter a sua opinião e poder expressar a sua opinião", disse Mourão, após se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, que chegou nesta madrugada da sua primeira viagem internacional, a Davos, na Suíça, por ocasião do Fórum Econômico Mundial.

"Os parlamentares estão ali eleitos pelo voto e representam os cidadãos que votaram nele. Quer você goste, quer você não goste, você ouve. Se gostou, bate palmas, se não gostou, paciência."

O vice-presidente disse que é preciso aguardar quais foram essas ameaças contra Jean Wyllys, porque o parlamentar teria se referido a elas de forma genérica.

"Quando a gente diz que está ameaçado, tem que dizer por quem, como. Vamos aguardar", afirmou.

Questionado se considera correta a decisão do deputado de não assumir o mandato e viver fora do país, Mourão respondeu: "não sei, não estou na chuteira do Jean Wyllys. Ele que sabe o grau de confusão em que está metido."

BOLSONARO

O vice disse ter participado de uma reunião muito boa com Bolsonaro, sem dar detalhes do que foi tratado. Relatou apenas que o presidente deve ir para São Paulo no domingo às 8 horas -- ele vai passar por uma cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia --, deve ficar dois dias incomunicável e depois já estará despachando.

Mourão disse que deve assumir como presidente em exercício na segunda e na terça-feiras. Aliás, ele vai comandar a reunião de ministros com integrantes do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre governança.

O vice-presidente afirmou que Bolsonaro ainda não se decidiu sobre como será a reforma da Previdência dos militares.

(Reportagem de Ricardo Brito)