Pompeo participou de telefonema que levou a processo de impeachment de Trump
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, admitiu hoje que participou da conversa telefônica entre Donald Trump e o presidente da Ucrânia que desencadeou o inquérito de impeachment do presidente norte-americano.
Reagindo à queixa de um delator feita na semana passada, democratas estão analisando o pedido feito por Trump ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, durante um telefonema de 25 de julho para que este investigasse o ex-vice-presidente Joe Biden.
Biden é um dos pré-candidatos favoritos à indicação do Partido Democrata para disputar a eleição presidencial de 2020 contra Trump.
"Eu estava no telefonema", disse Pompeo a repórteres durante uma visita à Itália.
Ele disse que o telefonema se deu no contexto das políticas dos EUA para a Ucrânia, incluindo "remover a ameaça russa", extirpar a corrupção no governo e impulsionar a economia.
Trump fez o pedido a Zelenskiy pouco depois de congelar quase US$ 400 milhões em ajuda à Ucrânia. Democratas acusam Trump de solicitar interferência estrangeira em uma eleição norte-americana e de usar dinheiro do contribuinte como alavanca para se beneficiar politicamente.
O telefonema e a queixa do delator levaram a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, a lançar um inquérito de impeachment formal no dia 24 de setembro.
Em uma batalha crescente entre o Congresso e o Executivo, parlamentares intimaram Pompeo e o advogado pessoal de Trump, Rudolph Giuliani, além de documentos. Eles começarão a ouvir nesta semana depoimentos de autoridades atuais e antigas do Departamento de Estado.
O inspetor-geral do departamento, Steve Linick, deve informar funcionários do Congresso nesta quarta-feira sobre os documentos relacionados à Ucrânia que foram exigidos, de acordo com duas fontes a par da situação.
Na terça-feira, Pompeo contestou os esforços da Câmara para obter depoimentos e acusou democratas de assédio e intimidação.
Indagado sobre suas preocupações, Pompeo respondeu que funcionários do Departamento de Estado foram contatados diretamente por parlamentares ou suas equipes e instruídos a não conversar com conselheiros legais do Departamento de Estado. Ele disse, porém, que cooperará com o Congresso.
Trump, que buscará um segundo mandato na eleição do ano que vem, negou qualquer irregularidade e repudiou o inquérito de impeachment.
O inquérito pode levar à aprovação de artigos de impeachment contra Trump na Câmara. Isso pode provocar um julgamento no Senado para se decidir se Trump será afastado ou não do cargo, mas os correligionários republicanos do presidente controlam o Senado e mostram pouca inclinação para removê-lo.
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