Irã nega "rumores ilógicos" sobre míssil ter atingido avião ucraniano, diz agência
O chefe da Organização de Aviação Civil do Irã, Ali Abedzadeh, negou hoje o que chamou de "rumores ilógicos" de que um avião ucraniano que caiu perto de Teerã foi atingido por um míssil, informou a agência de notícias Isna.
"Cientificamente, é impossível que um míssil atinja o avião ucraniano, e esses rumores são ilógicos", afirmou Abedzadeh, segundo a Isna.
Autoridades norte-americanas disseram mais cedo que o avião ucraniano provavelmente foi derrubado acidentalmente pelas defesas aéreas iranianas.
A Ucrânia apresentou quatro cenários possíveis para explicar o acidente, incluindo um ataque com mísseis e terrorismo.
176 mortos
Segundo a lista de passageiros, pelo menos 25 tinham menos de 18 anos. Treze deles eram estudantes da Universidade Sharif, em Teerã, uma das mais prestigiadas do país, segundo a agência Isna.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, pediu uma "investigação profunda". Já o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, interrompeu suas férias em Omã para retornar à Kiev, ordenou uma investigação e anunciou a inspeção de "toda frota aérea civil ucraniana", independentemente da causa do acidente.
Tensão entre EUA e Irã
O acidente com o avião da Ukraine International Airlines ocorre em um momento em que o Oriente Médio atravessa um sério período de tensão com os Estados Unidos e logo após Teerã disparar mísseis contra as forças americanas no Iraque, em retaliação ao assassinato do general iraniano Qassim Suleimani. No entanto, até o momento, nada indica que esses eventos estejam relacionados. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu para o risco de qualquer "especulação".
O aiatolá Ali Khamenei, o guia supremo iraniano, transmitiu no Twitter suas "sinceras condolências" às famílias das vítimas deste acidente "desastroso". A embaixada ucraniana no Irã emitiu um comunicado no qual menciona uma "pane em um motor da aeronave, devido a razões técnicas", e dizendo excluir "a tese de um ataque terrorista".
Imagens amadoras veiculadas pela mídia estatal iraniana mostram o Boeing em chamas perdendo altitude e explodindo com o impacto no solo. Especialistas em aviação descartam a possibilidade de que o aparelho tenha sido abatido. "O avião estava subindo (...) na direção certa, o que significa que algo catastrófico aconteceu", mas não "uma bomba, ou pane catastrófica", observou Stephen Wright, professor da Universidade de Tempere, na Finlândia.
Sem citar o Irã diretamente, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, pediu uma "cooperação total com toda a investigação e as causas" do acidente. A Boeing também indicou que está "disposta a ajudar por todos os meios necessários".