Procura por máscaras aumenta 100 vezes e prejudica luta contra o coronavírus
Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - A procura por máscaras, jalecos, luvas e outros equipamentos de proteção aumentou 100 vezes e os preços dispararam devido ao coronavírus da China, provocando um transtorno "sério" no suprimento global, disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.
A situação foi agravada por pessoas que não são profissionais de saúde e estão comprando equipamentos de proteção para uso próprio, detalhou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Quando os suprimentos são poucos e a demanda é alta, pode haver práticas ruins, como acumular para vendê-los a preços mais altos, e é por isso que pedimos solidariedade", disse Tedros em entrevista coletiva na sede da OMS em Genebra.
"A demanda está 100 vezes acima do normal e os preços estão até 20 vezes mais altos", e a procura criou atrasos de 4 a 6 meses no suprimento, acrescentou.
Profissionais de saúde na linha de frente na China, onde 31.211 casos confirmados de coronavírus foram relatados, precisam da maior parte de tais estoques, disse.
Tedros disse que conversou com fabricantes e distribuidores para fazer com que os suprimentos cheguem a quem mais precisa, e os profissionais de saúde são uma prioridade, seguidos pelos doentes.
A OMS enviou luvas, máscaras, respiradores e outros "equipamentos de proteção pessoal" a todas as regiões, disse ele.
Tedros disse que havia acabado de conversar com a "rede da cadeia de suprimento" da OMS, que inclui fabricantes, distribuidores e provedores de logística para que os suprimentos de proteção cheguem aos necessitados.
"Pedimos aos países e às empresas que trabalhem com a OMS para garantir o uso justo e racional de suprimentos e o reequilíbrio do mercado. Todos nós temos um papel a desempenhar para manter uns aos outros em segurança."
A rede pública e privada está se concentrando primeiro em máscaras cirúrgicas por causa da demanda extrema e das pressões do mercado, disse Tedros, acrescentando: "Agradecemos as empresas que tomaram a decisão de só fornecer máscaras a profissionais da área médica."
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