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Coreia do Norte diz que EUA manterão política hostil apesar de "relação especial" de líderes

30/03/2020 10h30

Por Hyonhee Shin

SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte disse que os Estados Unidos não vão abandonar sua política hostil, apesar de os dois líderes terem um "relacionamento especial", disse a emissora estatal KCNA nesta segunda-feira.

Uma autoridade norte-coreana disse em comunicado que o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, está prejudicando a disposição da Coreia do Norte para retomar o diálogo, criticando seus comentários recentes sobre sanções a Pyongyang.

Na semana passada, Pompeo disse em uma teleconferência com ministros das Relações Exteriores do G7 que todas as nações precisam permanecer unidas no apelo para que a Coreia do Norte volte às negociações e na adoção de pressões diplomáticas e econômicas em reação aos seus programas de mísseis balísticos e nuclear.

"O mundo não saberia por que as relações EUA-Coreia do Norte continuam a se embaralhar, apesar do relacionamento especial entre os líderes da Coreia do Norte e dos Estados Unidos", disse a KCNA.

No dia 22 de março, a Coreia do Norte disse que saudou uma carta do presidente norte-americano, Donald Trump, ao líder norte-coreano, Kim Jong Un, por vê-la como um sinal das "relações pessoais muito especiais e firmes" entre os dois líderes, apesar dos atritos recentes.

A KCNA disse que o presidente dos EUA escreveu na carta que ficou impressionado com os esforços do líder da Coreia do Norte para defender seu povo do coronavírus

Mais cedo nesta segunda-feira, a KCNA disse que o teste norte-coreano mais recente de lançadores múltiplos de foguetes supergrandes um dia antes foi um sucesso.

O regime lançou o que pareceram ser dois mísseis balísticos de curto alcance em seu litoral leste no domingo, o mais recente de uma série de lançamentos que a Coreia do Sul criticou por serem "inadequados" em meio à pandemia de coronavírus.

A KCNA disse que o lançamento almejou examinar as características estratégicas e técnicas dos lançadores, que já foram testados diversas vezes desde agosto sob a supervisão de Kim Jong Un.

A agência não mencionou o comparecimento de Kim ao teste mais recente, comandado pelo vice-presidente do partido governista, Ri Pyong Chol, e realizado na Academia de Ciência de Defesa Nacional.

"A mobilização operacional do sistema de armas de lançadores múltiplos de foguetes supergrandes é um trabalho crucial de significado muito grande por concretizar a nova intenção estratégica do partido para a defesa nacional", disse Ri durante o teste, sem dar detalhes, segundo citações.

"O lançamento de teste foi realizado com sucesso", acrescentou a KCNA.