Ciclone Amphan chega à Índia a 160 km/h; país já registra 12 mortes
Um ciclone atingiu hoje o leste da Índia com chuvas, ventos e ondas fortes, deixando pelo menos 12 mortos, segundo autoridades locais. Antes da chegada de Amphan, como foi nomeado, milhões de pessoas eram retiradas da região e do vizinho Bangladesh, uma operação dificultada pela pandemia do novo coronavírus.
O ciclone entrou no continente a 160 km/h, segundo o Departamento Meteorológico da Índia, depois de ganhar força durante dias no Golfo da Bengala, tornando-se uma das tempestades mais fortes a atingirem a região em cerca de uma década.
Autoridades dos Estados indianos de Odisha e Bengala Ocidental disseram que ventos intensos arrancaram telhados e árvores e entortaram postes de eletricidade, prejudicando o fornecimento de energia em algumas áreas.
Em Bangladesh, o ministro de Gerenciamento de Desastres, Enamur Rahman, disse que cerca de 2,4 milhões de pessoas dos distritos mais vulneráveis foram encaminhadas a mais de 15 mil abrigos contra tempestades.
"Está sendo desafiador retirar pessoas e manter o distanciamento (social). Dobramos o número de centros anticiclone para garantir o distanciamento e a higiene", disse Rahman.
Autoridades de Bangladesh também disseram que transferiram centenas de refugiados rohingya de Mianmar que moram em uma ilha do Golfo da Bengala sujeita a inundações para abrigos contra tempestades.
Vários cultivos podem ser danificados e grandes extensões de terras férteis podem ser devastadas, disseram autoridades. Os agricultores estão sendo auxiliados a transferir sua produção e centenas de milhares de animais a terrenos mais elevados.
"Felizmente, a colheita da safra de arroz está quase finalizada. Mesmo assim, isso (tempestade) pode deixar um rastro de destruição", disse Mizanur Rahman Khan, funcionário graduado do Ministério da Agricultura de Bangladesh.
Um funcionário do Ministério do Interior da Índia disse que as autoridades de Odisha e Bengala Ocidental tiveram dificuldade para acolher milhares de pessoas retiradas, já que os abrigos estavam sendo usados como centros de quarentena do coronavírus.
Abrigos adicionais estão sendo preparados em mercados e edifícios do governo levando em conta o distanciamento social, e máscaras estão sendo distribuídas a moradores de vilarejos.
A polícia de Bengala Ocidental disse que algumas pessoas não estavam dispostas a ir para abrigos por temerem ser infectadas pelo coronavírus e que muitas estavam se recusando a abandonar seus rebanhos.
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