Premiê espanhol se diz "perturbado" com alegações de corrupção contra ex-rei Juan Carlos
Por Belén Carreño e Nathan Allen
MADRI (Reuters) - O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, descreveu nesta quarta-feira as alegações de corrupção relativas ao antigo rei Juan Carlos como perturbadoras depois que vários veículos de mídia publicaram detalhes relacionados a uma investigação sobre possíveis pagamentos ligados ao contrato de uma ferrovia.
"Há alegações preocupantes que perturbam qualquer um, até eu", disse Sánchez em uma coletiva de imprensa com o colega italiano Giuseppe Conte.
Em junho, a Suprema Corte espanhola iniciou uma investigação sobre o envolvimento de Juan Carlos com o contrato de um trem de alta velocidade na Arábia Saudita depois que o jornal suíço La Tribune de Genève noticiou que ele recebeu 100 milhões de dólares do falecido rei saudita.
Por meio de seu advogado, Juan Carlos, de 82 anos, se recusou a comentar as alegações diversas vezes.
Ao longo da semana passada, vários veículos da mídia espanhola publicaram mais detalhes da transferência.
"Há uma parte da mídia que não fará vista grossa, um Judiciário que está agindo, e o Palácio está se distanciando", disse Sánchez.
Os monarcas da Espanha têm imunidade durante seu reinado, mas Juan Carlos abdicou em 2014, encaminhando a ascensão de seu filho Felipe ao trono e possivelmente se tornando vulnerável a um processo.
O rei Felipe cortou a mesada palaciana do pai e renunciou à herança em março na esteira das alegações de contas secretas no exterior.
Juan Carlos assumiu o trono em 1975, após a morte do general Francisco Franco, e era muito respeitado por seu papel na recondução do país da ditadura à democracia.
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