Topo

Comitê do Senado dos EUA aprova indicada de Trump à Suprema Corte sob boicote de democratas

22/10/2020 13h21

Por Richard Cowan

WASHINGTON (Reuters) - O Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira a indicação do presidente norte-americano, Donald Trump, da juíza Amy Coney Barrett para uma vaga vitalícia na Suprema Corte do país, apesar de um boicote dos democratas, abrindo caminho para uma votação final no plenário do Senado na segunda-feira.

Por 12 votos a 0 o comitê aprovou a indicação de Barrett, com todos os membros republicanos votando a favor e os 10 integrantes democratas boicotando a reunião depois de classificarem o processo de confirmação como uma farsa. Como os republicanos correligionários de Trump têm uma maioria de 53 a 47 no Senado, a confirmação de Barrett parece certa.

Trump, que pediu ao Senado que aprovasse a indicação de Barrett antes da eleição presidencial de 3 de novembro, quando enfrentará o democrata Joe Biden em busca da reeleição, elogiou a votação do comitê, escrevendo no Twitter: "Grande dia para a América!"

Barrett, de 48 anos, é juíza federal de apelações desde 2017 e antes atuou como acadêmica na Universidade de Notre Dame, em Indiana. A aprovação de sua indicação formará uma maioria conservadora de 6 votos a 3 na mais alta instância do Judiciário dos EUA, incluindo três juízes indicados por Trump.

"A maioria no Senado está conduzindo o processo mais apressado, mais partidário e menos legítimo na longa história das indicações à Suprema Corte", disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, a jornalistas após a votação.

O presidente do Comitê Judiciário, o republicano Lindsay Graham disse que o boicote dos democratas foi "escolha deles".

"Será minha escolha votar a indicada fora do comitê. Não vamos permitir que eles tomem o controle do comitê", afirmou.

Barrett foi sindicada no dia 26 de setembro para suceder a falecida juíza progressista Ruth Bader Ginsburg.

Os democratas expressaram indignação com o fato de os republicanos terem dado andamento à confirmação de Barrett tão perto de uma eleição presidencial depois de, em 2016, se recusarem a permitir que a Casa analisasse a indicação feita pelo antecessor de Trump, o democrata Barack Obama, por se tratar de um ano eleitoral.