Alemanha recomenda vacina da AstraZeneca somente para menores de 65 anos
BERLIM (Reuters) - A vacina contra Covid-19 da AstraZeneca deve ser aplicada somente em pessoas entre 18 e 64 anos, disse o comitê de vacinas da Alemanha em um esboço de recomendação um dia antes de reguladores europeus decidirem se aprovam o imunizante.
"No momento existem dados insuficientes disponíveis para avaliar a eficácia da vacina a partir dos 65 anos de idade", disse o comitê, conhecido como Stiko, em esboço de resolução disponibilizado pelo Ministério da Saúde da Alemanha nesta quinta-feira.
"A vacina da AstraZeneca, ao contrário das vacinas de mRNA, deve ser oferecida somente a pessoas com idades entre 18 e 64 anos em cada etapa", acrescentou.
A avaliação do Stiko se baseou nos mesmos dados de testes publicados pela revista médica The Lancet em 8 de dezembro.
A União Europeia aprovou a vacina desenvolvida pela Pfizer e por sua parceira alemã BioNTech no final de dezembro e deu o aval para o imunizante da Moderna em janeiro.
A AstraZeneca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Na segunda-feira, a farmacêutica negou que sua vacina seja pouco eficaz em pessoas com mais de 65 anos, depois de reportagens na mídia alemã afirmarem que autoridades temem que a vacina possa não ser aprovada na Europa para uso em idosos.
O Ministério da Saúde da Alemanha disse que das 341 pessoas vacinadas no grupo com 65 anos ou mais, somente uma se infectou com o coronavírus, o que significa que o painel de especialistas em vacinas não foi capaz de derivar uma declaração estatisticamente significativa.
O presidente-executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, disse que a farmacêutica tem menos dados sobre os idosos do que outras fabricantes porque começou a vacinar os mais velhos depois.
"Mas temos dados fortes que mostram uma produção forte de anticorpos contra o vírus nos idosos, similar ao que vimos nos mais jovens", disse ele em entrevista ao jornal Die Welt nesta semana.
A Alemanha está sofrendo com a escassez de vacinas depois de a Pfizer e a AstraZeneca anunciarem atrasos nas entregas nas últimas semanas, e o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, disse que a falta de doses pode durar até abril.
(Reportagem de Caroline Copley; Reportagem adicional de Emma Thomasson e Ludwig Burger)
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