América do Sul é região que mais preocupa por avanço da Covid, Brasil em especial, diz Opas
Por Julia Symmes Cobb
BOGOTÁ (Reuters) - A América do Sul é a região mais preocupante para as infecções por Covid-19 no mundo, uma vez que os casos aumentam em quase todos os países e a situação no Brasil é especialmente preocupante, disse a diretora-geral da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, nesta quarta-feira.
"Em nenhum lugar as infecções são tão preocupantes como na América do Sul", disse Etienne em entrevista coletiva semanal realizada de forma virtual.
O Brasil registra a disparada mais implacável de casos na região, e atingiu na terça-feira um novo recorde diário de mortes pela doença, com mais de 4 mil. Cientistas preveem que em breve o país ultrapassará as piores cifras de uma onda recorde nos Estados Unidos.
"A situação do Brasil é preocupante no país inteiro", disse o diretor de incidentes de Covid-19, Sylvain Aldighieri. "Nossa preocupação no momento é também com os próprios cidadãos brasileiros neste contexto de serviços de saúde que estão sobrecarregados".
O Brasil precisa ter acesso a mais vacinas contra Covid-19 agora, e deveria poder recebê-las através de parcerias globais, disse Aldighieri.
A Opas pode ampliar sua ajuda a Estados brasileiros a pedido, disse ele, acrescentando que a entidade já está ajudando com o sequenciamento genético do vírus e adquirindo oxigênio e testes de coronavírus.
As unidades de tratamento intensivo estão chegando perto da lotação no Peru e no Equador, e em partes da Bolívia e da Colômbia os casos dobraram na última semana, disse Etienne, acrescentando que o Cone Sul também está vivenciando uma aceleração de casos.
EUA, Brasil e Argentina estão entre os dez países que testemunham o número mais alto de infecções novas globalmente, disse ela.
As Américas registraram mais de 1,3 milhão de casos novos de coronavírus e mais de 37 mil mortes na semana passada, observou Etienne, o que representa mais de metade dos óbitos relatados mundialmente.
Mais de 210 milhões de doses de vacinas já foram administradas nas Américas, segundo Etienne.
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