Ameaças ambientais são maior desafio aos direitos humanos, diz ONU
GENEBRA (Reuters) - A chefe de direitos humanos da ONU disse nesta segunda-feira que a "tripla crise planetária" de mudança climática, poluição e perda da natureza representa a maior ameaça aos direitos humanos em todo o mundo, durante a abertura desta segunda-feira de uma sessão de um mês definida para priorizar as questões ambientais.
"À medida que essas ameaças ambientais se intensificam, elas constituirão o maior desafio aos direitos humanos de nossa era", disse Michelle Bachelet, referindo-se aos recentes eventos climáticos "extremos e mortíferos", como inundações na Alemanha e incêndios florestais na Califórnia.
"Precisamos definir um padrão mais alto --de fato, nosso futuro comum depende disso", acrescentou ela.
Seus comentários foram feitos na sessão de abertura da sessão, que acontece de 13 de setembro a 8 de outubro, do Conselho de Direitos Humanos, onde temas relacionados às mudanças climáticas devem ser centrais, ao lado de debates sobre violações de direitos no Afeganistão, Mianmar e Tigré, na Etiópia.
No mesmo discurso, ela expressou preocupação com os ataques aos povos indígenas no Brasil por garimpeiros ilegais na Amazônia.
Diplomatas em Genebra disseram à Reuters que são esperadas duas novas resoluções sobre o meio ambiente, incluindo uma que criaria um novo relator especial sobre Mudanças Climáticas e outra que criaria um novo direito a um meio ambiente seguro, limpo, saudável e sustentável.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, expressou nesta segunda-feira apoio à primeira ideia, que ainda não foi formalmente apresentada em forma de esboço. "A mudança climática afeta praticamente todos os direitos humanos", disse ele.
Marc Limon, do think-tank Universal Rights Group, disse que o reconhecimento por parte do conselho do direito a um meio ambiente saudável seria uma "boa notícia".
"Isso capacitaria os indivíduos a proteger o meio ambiente e combater as mudanças climáticas", disse ele.
As decisões tomadas pelos 47 membros do Conselho não são juridicamente vinculantes, mas têm peso político.
(Reportagem de Emma Farge)
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