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Israel diz que comparar restrições da covid a Holocausto impulsiona antissemitismo

Médica em estacionamento do hospital Rambam, em Haifa, Israel. Com muitos pacientes com covid, foram instaladas alas no local para recebê-los - JACK GUEZ/AFP
Médica em estacionamento do hospital Rambam, em Haifa, Israel. Com muitos pacientes com covid, foram instaladas alas no local para recebê-los Imagem: JACK GUEZ/AFP

Dan Williams

27/01/2022 11h59Atualizada em 27/01/2022 17h01

Manifestantes contrários às medidas impostas para conter a Covid-19 que se comparam a judeus perseguidos pelos nazistas estão incentivando o antissemitismo global, afirmou o governo de Israel em um relatório marcando o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

Tais comparações com o Holocausto se tornaram "generalizadas", e, ao lado de manifestações violentas ligadas à guerra de Israel contra Gaza em maio, foram os principais motivos de ataques físicos ou virtuais a judeus na Europa e na América do Norte no ano passado, afirmou o Ministério de Assuntos da Diáspora em seu relatório.

Vários políticos norte-americanos e britânicos pediram desculpas nos últimos meses após sugerirem que políticas de lockdown ou vacinação lembravam o regime de Hitler.

Alguns manifestantes contrários às restrições para conter o avanço da pandemia já chegaram a utilizar estrelas amarelas como as que os nazistas forçavam os judeus europeus a usar.

Tais demonstrações mostram que o conhecimento factual sobre o genocídio está sendo corroído, aponta o documento, acrescentando que alguns agitadores contra medidas de contenção da Covid-19 estão "consumindo e disseminando conspirações antissemitas de que os judeus são os responsáveis pela crise e que estão usando-a para a opressão, dominação global, ganho econômico, etc".

Ao falar sobre as conclusões do documento, o ministro de Assuntos da Diáspora, Nachman Shai, disse que a distorção ou trivialização do Holocausto é em si antissemita e pode muitas vezes colocar membros de comunidades judaicas em perigo.

"Há pessoas tão carregadas de ódio que podem, diante de tal simbologia, acabar agindo", disse o ministro à Reuters.