Bolsonaro não vai a posse de Boric no Chile e escala Mourão para representá-lo
O presidente Jair Bolsonaro (PL) não vai à posse do presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, marcada para o dia 11 de março, e escalou o vice-presidente Hamilton Mourão para representá-lo, segundo a assessoria de Mourão.
No dia 12 de janeiro, Bolsonaro já havia dito que não iria à posse de Boric, que é de esquerda. "Eu não sou de criar problemas com a relação internacional. O Brasil vai muito bem com o mundo todo. Você vê, quem vai na posse do novo presidente do Chile? Eu não irei, vê quem vai", disse ele na ocasião.
A atitude do presidente está em linha com sua política de manter afastamento diplomático com governos regionais que ele considera mais à esquerda no espectro ideológico. Em 2019, ele não foi à posse do presidente da Argentina, Alberto Fernández, e enviou Mourão para representá-lo.
O Brasil só cumprimentou o presidente chileno eleito, em uma nota do Itamaraty, quatro dias após o governo chileno confirmar a eleição de Gabriel Boric para a presidência. Esse gesto ocorreu somente após autorização expressa de Bolsonaro, que comentou o fato em uma live semanal dia 23 de dezembro.
Bolsonaro não havia até então cumprimentado Boric, sendo o último presidente da América do Sul a fazê-lo. Apesar de não levantar suspeitas sobre a eleição, minimizou a escolha do candidato de esquerda ao levantar que o voto no Chile não é obrigatório e metade da população não foi votar.
Boric venceu o candidato de direita José Antonio Kast no segundo turno.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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