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Comitê sobre 6 de janeiro implicará Trump em esquema de eleitores falsos, diz deputado

19/06/2022 14h27

Por Sarah N. Lynch

WASHINGTON (Reuters) - A comissão da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que está investigando o ataque de janeiro de 2021 ao Capitólio apresentará evidências esta semana de que o ex-presidente Donald Trump esteve envolvido em uma tentativa sem sucesso de enviar eleitores falsos ao colégio eleitoral para reverter o resultado da eleição de 2020, afirmou um importante parlamentar neste domingo.

“Mostraremos evidências do envolvimento do presidente nesse esquema”, disse o democrata Adam Schiff, membro do Comitê Seleto da Câmara, em entrevista ao programa “State of the Union”, da CNN.

“Também mostraremos novamente evidências sobre o que os seus próprios advogados pensavam sobre o esquema e mostraremos autoridades públicas corajosas que resistiram e disseram que não concordaram com esse plano de ou reconvocar as legislaturas ou cancelar a certificação os resultados de Joe Biden”, disse.

Os comentários de Schiff chegam no momento em que o comitê, liderado pelos democratas, prepara-se para realizar sua quarta audiência pública, na terça-feira, na investigação sobre o ataque de 6 de janeiro de 2021 e o papel de Trump em tentar impedir que o Congresso certificasse a vitória eleitoral de Biden.

Evidências contra Trump podem ser cruciais em uma investigação criminal em andamento do Departamento de Justiça (DOJ) sobre o suposto esquema de eleitores falsos.

Em uma entrevista com a CNN no começo do ano, a vice-Procuradora-Geral dos EUA, Lisa Monaco, confirmou que o departamento havia recebido encaminhamentos sobre eleitores falsos no colégio eleitoral que foram enviados ao Arquivo Nacional, e disse que os promotores estavam analisando.

Em março, a organização sem fins lucrativos American Oversight publicou cópias de listas falsas de eleitores do colégio eleitoral, que foram compiladas por grupos de apoiadores de Trump em Arizona, Georgia, Michigan, Novo México, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.

Desde então, o DOJ convocou um grande júri para intimar testemunhas e obter documentos no inquérito, segundo vários veículos de imprensa.

Trump, enquanto isso, continua a alegar falsamente que a eleição de 2020 foi fraudada. Na sexta-feira, ele criticou o seu ex-vice-presidente, Mike Pence, dizendo que ele “não teve coragem de agir” e rejeitar os resultados da eleição de 2020.

No domingo, Adam Kinzinger, um dos dois republicanos do comitê, disse que recebeu ameaças de morte contra ele, sua esposa e seu bebê.

“Essa ameaça chegou por correio à minha casa”, disse, em entrevista ao programa “This Week”, da ABC.

“Nós a recebemos alguns dias atrás e ela ameaça me executar, assim com minha esposa e meu filho de cinco meses. Nunca viu ou ouvi algo assim antes”, acrescentou.

(Reportagem de Sarah N. Lynch; reportagem adicional de Kanishka Singh)