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Nova tecnologia descobre 'super rodovias' escondidas em antiga cidade maia

Tecnologia que faz disparos de pulsos de luz na floresta densa projetaram sistema extenso de rodovias, reproduzido em estudos - FARES USA/Handout via REUTERS
Tecnologia que faz disparos de pulsos de luz na floresta densa projetaram sistema extenso de rodovias, reproduzido em estudos Imagem: FARES USA/Handout via REUTERS

17/01/2023 10h39

Um novo estudo de alta tecnologia revelou quase 1.000 antigos assentamentos maias, incluindo 417 cidades até então desconhecidas, ligadas pelo que pode ser a primeira rede rodoviária do mundo e escondidas por milênios pelas densas selvas do norte da Guatemala e sul do México.

É a mais recente descoberta de centros maias de cerca de 3.000 anos e instalações de infraestrutura relacionadas, de acordo com um comunicado divulgado por uma equipe da fundação de pesquisa antropológica Fares, da Guatemala, que supervisiona os chamados estudos LiDAR.

As descobertas foram publicadas pela primeira vez no mês passado na revista Ancient Mesoamerica.

Todas as estruturas recém-identificadas foram construídas séculos antes do surgimento das maiores cidades-estado maias, inaugurando grandes conquistas humanas em matemática e escrita.

A tecnologia LiDAR usa aviões para disparar pulsos de luz na floresta densa, permitindo que os pesquisadores vejam além da vegetação e mapeiem estruturas antigas que estão abaixo.

Entre os detalhes revelados na análise mais recente estão o primeiro sistema extenso de rodovias ou super rodovias de pedra do mundo antigo, de acordo com os pesquisadores.

Cerca de 177 km de estradas espaçosas foram reveladas até agora, com algumas medindo cerca 40 metros de largura e elevadas do solo em até 5 metros.

Segundo pesquisa, cerca de 177 quilômetros de estada foram reveladas até o momento - FARES USA/Handout via REUTERS - FARES USA/Handout via REUTERS
Segundo pesquisa, cerca de 177 quilômetros de estada foram reveladas até o momento
Imagem: FARES USA/Handout via REUTERS

Como parte do estudo Cuenca Karstica Mirador-Calakmul, que se estende desde a selva de Petén, no norte da Guatemala, até o Estado de Campeche, no sul do México, os pesquisadores também identificaram pirâmides, quadras de jogos de bola e instalações significativas de engenharia hidráulica, incluindo reservatórios, represas e canais de irrigação.

"Isso mostra a complexidade econômica, política e social do que estava acontecendo simultaneamente em toda essa área", disse o pesquisador principal Richard Hansen.

As descobertas mais recentes datam da chamada era pré-clássica maia, de cerca de 1.000 a 350 a.C., com muitos dos assentamentos sendo controlados pela metrópole conhecida hoje como El Mirador. Isso foi mais de cinco séculos antes do auge clássico da civilização, quando dezenas de grandes centros urbanos prosperaram nos atuais México e América Central.