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Lula diz não acreditar em reação negativa dos EUA à aproximação com a China

14/04/2023 23h30

(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer que não espera uma reação ruim dos Estados Unidos sobre a aproximação do Brasil com a China, já que o Brasil está apenas atrás do seus interesses soberanos.

“Nós não precisamos romper e brigar com ninguém para que a gente melhore. O Brasil tem que procurar os seus interesses, o Brasil tem que ir atrás daquilo que necessita e o Brasil tem que fazer acordos possíveis com todos os países", disse Lula em conversa com jornalistas, antes de deixar a capital chinesa em direção aos Emirados Árabes Unidos.

"Nós não temos escolhas políticas, escolhas ideológicas. Nós estamos com as escolhas de interesses nacionais, de interesse do povo brasileiro, da indústria nacional, da nossa soberania”, defendeu.

Durante a visita, o governo brasileiro assinou memorandos de entendimento para explorar possíveis cooperações com os chineses no desenvolvimento de tecnologia em várias áreas, incluindo 5G e semicondutores, dois temas que tem sido centrais na disputa e nas acusações que os EUA fazem à China.

Antes da viagem de Lula, o assessor especial da Presidência Celso Amorim disse à Reuters que o Brasil tem sim interesse em receber uma fábrica chinesa de semicondutores, se uma negociação desse tipo for possível, e que não se preocupa com eventuais reclamações norte-americanas.

Durante a viagem, Lula visitou um centro tecnológico da Huawei, em Xangai, onde conheceu tecnologias usadas em escolas e realidade virtual, entre outros. A gigante chinesa de telecomunicações, que opera no Brasil há mais de 20 anos, é um dos principais alvos do governo norte-americano.

“Eu fui visitar a Huawei porque eu tenho necessidade de fazer uma revolução digital no nosso país. Nosso país está muito atrasado e acho que não é correto a gente não dar ao povo brasileiro a mesma oportunidade que outros países já tem”, afirmou, acrescentando que ao defender os interesses do Brasil está fazendo exatamente a mesma coisa que os EUA ou a China fazem nas suas relações comerciais.

(Por Lisandra Paraguassu, em Brasília)