Deputado norte-americano George Santos faz acordo para encerrar processo no Brasil
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O deputado republicano dos Estados Unidos, George Santos, que tem origem brasileira e nesta semana foi indiciado por fraude e lavagem de dinheiro nos EUA, fez um acordo com a Justiça do Rio de Janeiro para encerrar um processo em que era acusado de passar cheques sem fundo para comprar roupas em uma loja fluminense, informou o Tribunal de Justiça do Rio.
O caso chegou a ser arquivado em 2011, pois a Justiça brasileira não conseguiu localizar Santos,. Porém, o processo foi reaberto com a notoriedade que ele recebeu ao eleger-se para uma cadeira na Câmara dos Deputados dos EUA pelo Partido Republicano, permitindo que ele fosse contactado.
Ele pagará cerca de 24 mil reais para extinguir o processo na Justiça fluminense.
"Houve acordo de não persecução penal com o Ministério Público que prevê o pagamento, a título de prestação pecuniária, no valor de 10 mil reais, a ser depositado em conta judicial do TJRJ específica para esse fim, além de reparação do dano à vítima no valor atualizado de 14.121,01 reais. Foi concedido o prazo de um mês para cumprimento. Após o pagamento dos valores, o processo será extinto", disse o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Nesta semana, Santos chegou a ser detido após se apresentar a um tribunal de Nova York para ser inidiciado por 13 acusações criminais que envolvem fraude, lavagem de dinheiro e roubo de recursos públicos no mais recente revés a atingir o republicano recém-eleito, que resistiu a pedidos de renúncia por mentir sobre seu currículo.
Ele nega as acusações, que classificou de "caça às bruxas", e prometeu combatê-las.
O indiciamento acusa Santos, de 34 anos, de fraudar possíveis apoiadores políticos ao lavar recursos para pagar por suas despesas pessoais e receber subsídios de desemprego ilegalmente enquanto estava empregado.
Ele também é acusado de fazer declarações falsas à Câmara dos Deputados sobre seus bens, receitas e dívidas.
Líderes republicanos da Câmara dos Deputados dos EUA, que controlam a Casa por uma estreita margem de 222 a 213, disseram que aguardarão o desenrolar do processo legal antes de tomar novas medidas em relação a Santos, que se declarou inocente.
Após ser detido, Santos foi liberado sob fiança de 500 mil dólares e deverá comparecer ao tribunal para sua próxima audiência em 30 de junho. Isso significa que ele pode voltar para Washington e votar no Congresso. Como condição de sua liberdade, ele concordou em entregar seu passaporte e limitar suas viagens.
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