Inelegível, Bolsonaro diz que será candidato e que Lula não tem substituto

Inelegível desde 2023, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (22) que será o candidato da direita à Presidência nas eleições presidenciais de 2026. Ele criticou o presidente Lula (PT) por não ter "substitutos" na política.

O que aconteceu

Bolsonaro disse que o candidato em 2026 é o "Messias", em referência a seu nome do meio. A declaração foi dada em uma agenda do prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), em uma churrascaria localizada na zona sul de São Paulo, com aliados políticos. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também afirmou que o candidato à Presidência será Bolsonaro.

Em crítica a Lula, o ex-presidente afirmou que o petista não deixou líderes políticos para substituí-lo. "Quem é o substituto do Lula no Brasil na política? Não tem. De Bolsonaro? Estão por aí. Eu colaborei para formar alianças, estou muito feliz com isso. Só fiz um bom governo, o povo reconhece. O pessoal tem saudade de mim. Sou o ex mais amado do Brasil."

Declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Bolsonaro afirmou que "sofre perseguições". "Estou inelegível porque primeiro abuso de poder político, reunindo embaixadores fora de época de campanha, o que eu ganhei politicamente me reunindo com embaixadores que é uma política privativa minha, depois abuso de poder econômico, acabou o 7 de setembro, ocupei o carro de som do pastor Silas Malafaia", disse aos jornalistas.

"É uma perseguição ou não é?", disse Bolsonaro, ao voltar a defender não ter havido tentativa de golpe no 8 de Janeiro. "Golpe como começa um estado de sítio. O presidente os conselhos da República, da defesa, solicitando autorização para decretar estado de sítio. Alguma dessas medidas foi tomada? Não. Não foi tomada. Podia estar nos Estados Unidos trabalhando tinha muita oportunidade por lá."

Bolsonaro foi condenado por abuso de poder político e econômico. Além disso, foi condenado também por uso indevido de meios de comunicação sob a acusação de disseminar informações falsas sobre o processo eleitoral em reunião com embaixadores. Ele também foi condenado por utilizar eleitoralmente o evento de comemoração do 7 de Setembro em 2022.

Palanque de Nunes no evento reuniu teve também ex-presidente Michel Temer (MDB). O deputado federal Baleia Rossi (MDB) foi o primeiro político a citar a presença dos ex-presidentes na agenda de Nunes. Na sequência, Bolsonaro disse que ele e Temer foram "os melhores presidentes" do país. Outros nomes da extrema direita também foram citados, entre eles, o vereador eleito Lucas Pavanato (PL). Nesse momento, o cerimonialista disse: 'Será daqui que sairá o próximo presidente da República'.

Nunes minimizou ausência de Bolsonaro em campanha

O prefeito tentou desviar de questionamentos sobre a participação do ex-presidente na campanha. "O apoio de Bolsonaro é de suma importância", disse Nunes. "Evidentemente [Bolsonaro] tem compromisso em todo o país para cuidar da eleição em vários municípios, mas participou através de videoconferência, Tarcísio como está aqui em São Paulo se dividiu em governar e dar uma atenção aos municípios", disse.

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Nunes também minimizou as diferenças entre ele e Bolsonaro — como, por exemplo, no tema da vacinação durante a pandemia de covid. Nesse período, Bolsonaro fez diversas declarações públicas contra a imunização. "Com relação à vacinação, São Paulo foi a capital mundial da vacina", disse Nunes. "Temos muito alinhamento no que se refere à liberdade econômica, redução de impostos, incentivo às pessoas poderem empreender."

Críticas a Lula e à esquerda

Ao lado de Tarcísio, Bolsonaro criticou o governo Lula e disse ter "certeza que ganharia" as próximas eleições caso fosse eleito. "Tenho certeza que eu ganho até porque, vou estar em Palmas agora sábado, no Nordeste é inacreditável que o povo gosta da gente, tem uma memória", afirmou ao citar uma agenda em um das regiões de maior influência política petista.

Ex-presidente disse que a economia "está afundando" sob o governo Lula. "Fui o único chefe de Estado que trabalhou com teto de gastos. Ainda no meu governo, o Lula acertou com o parlamento e se endividou de lá pra cá e não tem nada para mostrar", disse ele ao se referir ao teto de gastos.

Bolsonaro repetiu críticas a Lula e ao campo da esquerda. O ex-presidente disse que o petista é "amasiado com Hamas, Hezbollah". Ele disse ainda que o atual governo "bate em Israel, uma nação amiga" e defende "ditaduras". "Isso é democracia?", afirmou. Tarcísio disse que o PT venceu em três prefeituras do estado de São Paulo durante o primeiro turno. "A gente está varrendo a esquerda do estado de São Paulo", disse Tarcísio.

Tarcísio evitou responder perguntas sobre as próximas eleições presidenciais, mas comentou o desempenho dos partidos de esquerda nas urnas. Ele destacou que PT venceu em três prefeituras do estado de São Paulo durante o primeiro turno. "A gente está varrendo a esquerda do estado de São Paulo", disse o governador. Questionado se mudaria deixaria o Republicanos para o PL, Tarcísio disse: "Estou monotemático, meu foco são as eleições deste domingo".

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Bolsonaro também militantes bolsonaristas foragidos na Argentina. "Temos centenas de pessoas refugiadas na argentina por um crime que não cometeram, primeiro porque não foi individualizada a pena de ninguém. Se não nos emocionarmos com isso não somos seres humanos". Os foragidos estão condenados ou investigados pelos ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro do ano passado.

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