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Especialista da ONU que apontou genocídio de Israel diz ter sido ameaçada

22.03.2024 - Reunião do Conselho de Segurança da ONU para votar sobre cessar-fogo em Gaza Imagem: Angela Weiss/AFP

27/03/2024 11h55Atualizada em 27/03/2024 12h15

Por Gabrielle Tétrault-Farber

GENEBRA (Reuters) - Uma especialista da Organização das Nações Unidas que publicou um relatório afirmando que havia motivos razoáveis para acreditar que Israel cometeu genocídio em Gaza durante campanha militar contra o Hamas disse nesta quarta-feira ter recebido ameaças durante seu mandato.

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Francesca Albanese, relatora especial sobre a situação dos direitos humanos na Cisjordânia e em Gaza, apresentou um relatório intitulado "Anatomia de um genocídio" ao Conselho de Direitos Humanos da ONU na terça-feira, que Israel disse "rejeitar totalmente".

Perguntada se seu trabalho no relatório a levou a receber ameaças, Albanese disse: "Sim, eu recebo ameaças. Nada que, até o momento, eu considere que precise de precauções extras. Pressão? Sim, mas isso não muda meu compromisso nem os resultados do meu trabalho".

Albanese, que ocupa a função desde 2022, não entrou em detalhes sobre a natureza das ameaças, nem disse quem as havia feito.

"Tem sido um período difícil", afirmou ela. "Sempre fui atacada desde o início do meu mandato."

Israel criticou Albanese, dizendo que ela estava "deslegitimando a própria criação e existência do Estado de Israel". Albanese negou a acusação.

Albanese disse que uma de suas principais conclusões foi que a liderança executiva e militar de Israel e os soldados intencionalmente "subverteram suas funções de proteção em uma tentativa de legitimar a violência genocida contra o povo palestino".

"A única inferência razoável que pode ser feita a partir da revelação dessa política é uma política estatal israelense de violência genocida contra o povo palestino em Gaza", declarou ela.

A missão diplomática de Israel em Genebra disse que o uso da palavra genocídio era "ultrajante" e afirmou que a guerra era contra o Hamas e não contra os civis palestinos.

Albanese, uma advogada e acadêmica italiana, é uma das dezenas de especialistas independentes em direitos humanos com mandato das Nações Unidas para relatar sobre temas e crises específicas. As visões expressas pelos relatores especiais não refletem as do órgão global como um todo.

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