Chuvas bloqueiam ferrovia até porto de Rio Grande e desafiam embarques de grãos, diz Anec

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A ferrovia que leva grãos até o porto de Rio Grande foi afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul e não está operando, o que traz desafios para a operação da importante unidade portuária, afirmou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), nesta terça-feira, à Reuters.

O porto, quarto maior exportador de soja do Brasil no ano passado, tem utilizado grãos estocados antes da chuvas, além do produto que chega ao local por rotas rodoviárias alternativas.

Segundo a Anec, devido a bloqueios das principais vias até o porto de Rio Grande, caminhões com grãos precisaram percorrer 400 km a mais, elevando o custo do frete rodoviário.

A Anec comentou que o funcionamento do porto não foi afetado até o momento, mas a situação gera preocupação.

"Frente às dificuldades de acesso ao porto, o aumento do trajeto em 400 km representa um custo adicional aos fretes, mas é uma medida necessária para manter a continuidade das operações", disse a Anec.

A operação de "top-off", para complementar cargas de soja provenientes da Argentina, permanece apesar dos desafios, disse a associação.

Segundo a agência marítima Cargonave, as chegadas de grãos ao porto de Rio Grande foram reduzidas nos últimos dias pelas enchentes que bloqueiam acessos.

A Cargonave acrescentou que os terminais têm utilizado também grãos disponíveis nos armazéns.

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Procurada, a concessionária de ferrovias Rumo não comentou o assunto.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) afirmou na véspera que havia 63 bloqueios de ferrovias gaúchas.

Mais cedo, a administração do porto afirmou que as operações ocorriam "normalmente", mas não citou questões logísticas envolvidas.

"A unidade não foi afetada pela elevação do nível da Laguna dos Patos", disse a gerência de comunicação da autoridade portuária.

O Porto de Rio Grande foi o quarto maior exportador de soja no ano passado, com 10,4 milhões toneladas embarcadas, segundo a Cargonave. Também foi o terceiro maior em volume de farelo de soja, com 3,5 milhões de toneladas. As movimentações no local normalmente incluem trigo e outros produtos.

A nota do porto afirmou que a administração segue acompanhando os desdobramentos das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul, bem como a situação dos portos sob sua administração.

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A empresa afirmou que por volta das 8h desta terça-feira a correnteza no Canal de Acesso ao Porto do Rio Grande era de vazante, ou seja, permitindo o escoamento da água com uma velocidade de aproximadamente três nós, o equivalente a 5,55 km/h. A tábua de maré indicava o nível de 90 cm acima do normal.

Já o Porto de Pelotas está com as operações de embarque de toras para a CMPC paralisadas. Em Porto Alegre, uma unidade portuária segue com as operações paralisadas em razão da manutenção do nível do Guaíba acima da chamada cota de inundação.

(Por Roberto Samora, com reportagem adicional de Ana Mano)

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