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Antes de eleição, milhares de pessoas participam de parada do orgulho em Paris

29/06/2024 15h32

Por Juliette Jabkhiro e Yiming Woo e Imad Creidi

PARIS (Reuters) - Dezenas de milhares de pessoas compareceram neste sábado à grande parada do orgulho anual em Paris, com grupos de defesa dos direitos LGBT dizendo temer a discriminação, caso um governo de extrema direita assuma poder após a eleição no país.

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A França vai às urnas no domingo, no primeiro turno de uma eleição parlamentar que, segundo as pesquisas de opinião, pode levar o partido Reunião Nacional, de extrema direita, ao poder. O segundo turno ocorrerá no dia 7 de julho.

O ministro do Interior, Gerald Darmanin, enviou na sexta-feira uma carta à polícia e a autoridades locais, pedindo reforços na segurança de eventos LGBT, inclusive a parada do orgulho em Paris, dizendo que houve crescimento de atitudes discriminatórias e “antagonismo político e comunitário” que podem prejudicar tais eventos.

O grupo Inter-LGBT e outros pediram um forte comparecimento ao ato deste sábado, para mostrar oposição às ideias da extrema direita e proteger os direitos da comunidade LGBTQIA+.

A legenda Reunião Nacional não respondeu imediatamente a um pedido da Reuters para que comentasse sobre o tema.

A legenda, que é socialmente conservadora e anti-imigração, disse anteriormente que não tem ligação com grupos violentos de extrema direita. Mas a legenda votou contra leis que expandiam os direitos dos grupos LGBTQIA+, inclusive no Parlamento Europeu.

“O ódio cresce. Há mensagens nas redes sociais pedindo para que as pessoas interfiram na parada”, afirmou à Reuters o presidente do Inter-LGBT, James Leperlier, no começo da semana.

Leperlier afirmou que, desde que a Reunião Nacional obteve grandes vitórias nas eleições europeias, em 9 de junho, houve um aumento do discurso de ódio e de atos violentos. Os organizadores da parada de Paris dobraram então o número de voluntários que participam da segurança do evento, segundo ele.

A drag queen Simone de Boulevard disse à Reuters, no evento de Paris: “Estamos com medo, medo de nosso acesso à Saúde, e pela nossa segurança diária”.

“Violência homofóbica e transfóbica é intolerável”, acrescentou.

LGBTQIA+ se refere a lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer/questionando, intersexo e assexuais. O “+” descreve outras partes das identidades sexuais e de gênero.

(Reportagem de Juliette Jabkhiro, Yiming Woo e Imad Creidi)

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