Assessor de Trump diz que prioridade é paz na Ucrânia, não recuperação do território
(Reuters) - Um importante assessor do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em entrevista transmitida neste sábado (9) que a prioridade do novo governo será restabelecer a paz na Ucrânia, não restaurar os territórios que o país perdeu, inclusive o da Crimeia.
Bryan Lanza, estrategista do Partido Republicano, afirmou à BBC que o governo Trump pedirá ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, uma "visão realista para a paz".
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"E, se o presidente Zelenskiy chegar à mesa e disser, 'bom, só podemos ter paz com a Crimeia', ele mostra para nós que não é sério. A Crimeia já era", afirmou. "E se sua prioridade é tomar a Crimeia de volta e ter soldados norte-americanos lutando para ter a Crimeia de volta, você está por sua conta", completou.
Ele afirmou que a prioridade é a paz e o fim das mortes. "O que falaremos para a Ucrânia é: você sabe o que está vendo? O que você vê como uma perspectiva real para a paz? Não é uma visão para vencer, mas uma visão para a paz. Vamos começar a ter uma conversa honesta", disse.
A Rússia anexou a península da Crimeia em 2014, após uma revolta que obrigou o então presidente, que era pró-Moscou, a fugir. Mais de dois anos e meio após lançarem uma invasão ampla sobre a nação, as forças russas mantêm controle de pouco menos de 20% do seu território.
Zelensky tem repetidamente dito que a paz não é possível até que todas as forças russas sejam expulsas e todos os territórios tomados por Moscou, inclusive a Crimeia, devolvidos. O "plano para a vitória", apresentado no mês passado, mantém essa ideia e também a entrada da nação na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), algo criticado há tempos pela Rússia.
Durante a campanha, Trump afirmou que encontraria uma solução para a guerra "em um dia", mas não falou como faria isso. Zelensky e Trump falaram por telefone nesta semana, depois da eleição, em conversa com participação do bilionário Elon Musk, segundo informações da imprensa.
(Reportagem de Ron Popeski)