Papa Francisco sugere estudo internacional sobre possível genocídio em Gaza

ROMA (Reuters) - O papa Francisco sugeriu que a comunidade global deveria estudar se a investida militar de Israel em Gaza constitui um genocídio do povo palestino, em algumas de suas críticas mais explícitas até agora à conduta de Israel em sua guerra que já dura um ano.

Em trechos publicados neste domingo de um novo livro a ser lançado, o pontífice afirmou que alguns especialistas internacionais dizem que "o que está acontecendo em Gaza tem as características de um genocídio".

"Devemos investigar cuidadosamente para avaliar se isso se encaixa na definição técnica (de genocídio) formulada por juristas e organizações internacionais", disse o papa nos trechos, publicados pelo jornal italiano La Stampa.

Israel tem negado todas as acusações de genocídio. O Ministério das Relações Exteriores de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as falas do papa.

Em dezembro do ano passado, a África do Sul entrou com um processo contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça por suposta violação da Convenção sobre o Genocídio. Em janeiro, os juízes do tribunal determinaram que Israel garantisse que suas tropas não cometessem atos genocidas. O tribunal ainda não decidiu sobre o cerne do caso -- se houve genocídio em Gaza.

Francisco, líder da Igreja Católica com 1,4 bilhão de membros, costuma ser cauteloso ao não tomar partido em conflitos internacionais e enfatizar a desescalada. Mas, recentemente, ele tem intensificado suas críticas à conduta de Israel em sua guerra contra o Hamas.

O Vaticano não fez comentários sobre as declarações mais recentes de Francisco, mas seu site noticiou neste domingo trechos do livro, incluindo o comentário sobre genocídio.

(Reportagem de Giulio Piovaccari e Joshua McElwee; reportagem adicional de Emily Rose em Jerusalém)

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