Eleição judicial polêmica no México enfrenta possível atraso

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A primeira rodada de eleições de juízes por voto popular no México, resultado de uma polêmica reforma constitucional aprovada em setembro, pode ser adiada em cerca de três meses se o Senado aceitar um pedido da autoridade eleitoral para postergá-las, disse a chefe do órgão eleitoral nesta quinta-feira.

As primeiras eleições judiciais do país foram programadas para 1º de junho do próximo ano, mas o Instituto Nacional Eleitoral (INE) está pedindo mais fundos para realizá-las e o governo ainda está incentivando candidatos a se registrarem antes do prazo final de domingo.

A chefe do INE, Guadalupe Taddei, disse em entrevista à rádio local Radio Formula nesta quinta-feira que a autoridade eleitoral estava solicitando um adiamento de 90 dias nas eleições porque recursos legais contra a reforma acabaram consumindo esse período.

A reforma judicial, aprovada no Congresso em setembro pelo partido governista Morena e seus aliados, tem levantando preocupações de investidores e países vizinhos como os EUA e Canadá. O governo alega que a eleição popular eliminará a corrupção no Judiciário.

Se o Senado não aceitar a petição do INE para adiar as eleições, o INE precisará "apertar seu cronograma", disse Taddei.

O Senado deve analisar o pedido ainda nesta quinta-feira, disse o líder da Casa, Gerardo Fernández Noroña, embora tenha alertado que "o ideal" seria realizar as eleições em junho próximo.

Se isso não for possível, outra reforma constitucional pode ser necessária, acrescentou.

(Reportagem de Raul Cortes)