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Presidente afastado da Coreia do Sul promete 'lutar até o fim' em meio a risco de prisão

Presidente Yoon Suk Yeol fazendo um discurso público em sua residência oficial em Seul em 14 de dezembro de 2024 Imagem: HANDOUT/AFP

Hyun Young Yi;Jack Kim*;

Seul

02/01/2025 10h18Atualizada em 02/01/2025 14h15

O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, disse a seus apoiadores em uma carta que "lutará até o fim" ao enfrentar uma tentativa das autoridades de prendê-lo por causa da imposição da lei marcial no mês passado, disse um advogado nesta quinta-feira (2).

Não estava claro quando e como a polícia poderia efetuar a prisão e se o serviço de segurança presidencial, que bloqueou o acesso de investigadores com um mandado de busca ao escritório e à residência oficial de Yoon, tentaria impedi-la.

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Na quinta-feira, a polícia entrou em confronto com partidários de Yoon que se deitaram na rua para tentar bloquear o acesso à sua residência. A polícia emitiu ordens de dispersão e depois retirou à força alguns manifestantes, segundo jornalistas da Reuters.

Yoon escreveu na carta no final da quarta-feira para as centenas de apoiadores reunidos perto de sua residência oficial: "Estou assistindo ao vivo pelo YouTube todo o trabalho árduo que vocês estão fazendo".

"Lutarei até o fim para proteger este país junto com vocês", disse ele na carta, cuja imagem foi enviada à Reuters por Seok Dong-hyeon, um advogado que assessora Yoon.

O Partido Democrático, de oposição, que detém o controle majoritário do Parlamento e liderou o impeachment de Yoon em 14 de dezembro, disse que a carta prova que Yoon está delirando e continua empenhado em concluir sua "insurreição".

"Como se não bastasse tentar encenar uma insurreição, ele agora está incitando seus partidários a um confronto extremo", disse o porta-voz do partido, Jo Seoung-lae, em um comunicado.

Yoon chocou o país com o anúncio feito tarde da noite em 3 de dezembro de que estava impondo a lei marcial para superar o impasse político e erradicar as "forças antiestatais".

Em poucas horas, entretanto, 190 parlamentares desafiaram os cordões de isolamento das tropas e da polícia e votaram contra a ordem de Yoon. Cerca de seis horas após seu decreto inicial, Yoon o revogou.

Na terça-feira, um tribunal aprovou um mandado de prisão para Yoon, o que potencialmente o tornaria o primeiro presidente em exercício a ser detido como parte das investigações sobre as alegações de que ele planejou uma insurreição ao tentar impor a lei marcial.

A insurreição é uma das poucas acusações criminais pelas quais um presidente sul-coreano não tem imunidade.

O Escritório de Investigação de Corrupção para Autoridades de Alto Escalão (CIO), que está liderando uma equipe conjunta de investigadores que inclui a polícia e os promotores, tem até 6 de janeiro para executar o mandado de prisão.

Yoon Kab-keun, advogado do presidente afastado, disse que o mandado de prisão é ilegal e inválido porque a CIO não tem autoridade, segundo a lei sul-coreana, para solicitar um mandado.

Na quinta-feira, o advogado advertiu que os policiais poderiam ser presos pelo "serviço de segurança presidencial ou por qualquer cidadão" se tentassem deter Yoon em nome da CIO, dizendo que sua autoridade se limita ao controle de multidões e à manutenção da ordem pública.

Separadamente, o julgamento de Yoon sobre o impeachment está sendo realizado no Tribunal Constitucional. O tribunal realizará a segunda audiência na sexta-feira. Yoon foi suspenso de suas funções presidenciais e o ministro das Finanças Choi Sang-mok assumiu o cargo de presidente interino até o resultado do julgamento.

Se o tribunal confirmar o impeachment e Yoon for removido do cargo, uma nova eleição presidencial será realizada dentro de 60 dias.

* Reportagem adicional de Hyunsu Yim, Hyonhee Shin e Josh Smith

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