Presidente do Equador nomeia interina e foca em campanha à reeleição
O presidente do Equador, Daniel Noboa, disse em um decreto nesta terça-feira (7) que a vice-presidente interina, Cynthia Natalie Gellibert, será a presidente interina de quinta-feira a domingo, para que ele possa participar da campanha para sua reeleição.
Um debate sobre quem assumiria a Presidência caso Noboa precisasse se ausentar para a campanha causou polêmica no país em meio a uma longa disputa entre ele e a vice-presidente eleita, Veronica Abad.
Gellibert foi nomeada vice-presidente interina no sábado, substituindo uma outra interina nomeada anteriormente.
"É necessário, para garantir os princípios de transparência, equidade e segurança jurídica, e também para cumprir com o uso adequado dos recursos públicos, de forma voluntária, separar e diferenciar os períodos em que o presidente da República exerce suas funções e os períodos em que ele se ausenta temporariamente do cargo para realizar atividades de campanha", diz o decreto.
Abad, que também atua como embaixadora do Equador em Israel, foi suspensa de seu cargo pelo Ministério do Trabalho em novembro. O ministério a acusou de ter cometido uma infração disciplinar grave ao não cumprir uma ordem para viajar à Turquia devido a preocupações com a segurança durante o conflito em Gaza.
Em dezembro, um tribunal anulou a suspensão e, no mesmo dia, Noboa ordenou que Abad fosse à Turquia para atuar como conselheira temporária na embaixada do país no país.
Na semana passada, Noboa nomeou uma vice-presidente interina, dizendo que a medida seria adotada até a chegada de Abad à Turquia.
No fim de semana, Abad disse que tinha todo o direito de assumir a Presidência no domingo, quando a campanha eleitoral começou oficialmente, e pediu aos militares que a apoiassem, mas as Forças Armadas disseram em uma declaração que defenderiam a Constituição.
Noboa, eleito em 2023 para terminar o mandato de seu antecessor, diz que suas políticas reduziram a violência no país, que viu um aumento acentuado no crime após a pandemia da Covid-19. No entanto, alguns equatorianos e grupos de defesa dos direitos humanos criticam o que dizem ser um exagero militar e violações de direitos.
A eleição será em 9 de fevereiro.