Meloni, da Itália, é investigada por libertação de suspeito líbio
ROMA (Reuters) - A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse nesta terça-feira que foi colocada sob investigação judicial por causa da libertação surpresa de um policial líbio procurado pelo Tribunal Penal Internacional.
Osama Elmasry Njeem foi libertado na semana passada e voltou para casa em um avião do Estado italiano, poucos dias após ser detido na cidade de Turim, no norte do país, sob um mandado de prisão do TPI por supostos crimes contra a humanidade.
O TPI exigiu uma explicação, dizendo que não havia sido consultado sobre a decisão.
Meloni disse em uma mensagem postada nas mídias sociais que foi colocada sob investigação por supostamente ajudar e incitar um crime e uso indevido de fundos públicos.
Ela não tem obrigação de renunciar, e o fato de ser colocada sob investigação na Itália não implica culpa, nem significa que haverá necessariamente acusações formais.
"Não serei chantageada, não me deixarei intimidar, e talvez seja por isso que eu não seja, digamos, apreciada por aqueles que não querem que a Itália mude e se torne melhor", disse Meloni em um vídeo publicado em seu perfil no Facebook.
O ministro da Justiça, Carlo Nordio, o ministro do Interior, Matteo Piantedosi, e o subsecretário do gabinete para assuntos de inteligência, Alfredo Mantovano, também foram colocados sob investigação, disse Meloni.
Ela disse acreditar que a investigação foi desencadeada por Luigi Li Gotti, um advogado que anunciou na semana passada que havia apresentado uma queixa sobre a libertação de Njeem e o uso de um jato oficial para levá-lo de volta a Trípoli.
Meloni também afirmou que o caso estava sendo conduzido pelo mesmo promotor que investigou o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini na Sicília por supostamente sequestrar 100 migrantes a bordo de um barco que ele havia bloqueado no mar por quase três semanas em 2019.
Salvini foi absolvido nesse caso no mês passado.
(Reportagem de Angelo Amante e Alvise Armellini)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.