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Greenpeace deve pagar quase US$ 667 milhões a empresa de oleodutos por protestos

Indígena luta contra a instalação de oleodutos na Reserva Indígena de Standing Rock - dez. 2016 - Stephen Yang/Reuters Indígena luta contra a instalação de oleodutos na Reserva Indígena de Standing Rock - dez. 2016 - Stephen Yang/Reuters
Indígena luta contra a instalação de oleodutos na Reserva Indígena de Standing Rock Imagem: dez. 2016 - Stephen Yang/Reuters

Jack Queen;

Em Nova York (Estados Unidos)

19/03/2025 20h21Atualizada em 20/03/2025 06h34

O Greenpeace deve pagar a uma empresa de oleodutos sediada no Texas cerca de US$ 667 milhões em indenizações pelo papel do grupo de defesa do meio ambiente nos protestos de 2016 e 2017 contra o oleoduto Dakota Access em Dakota do Norte, decidiu um júri nesta quarta-feira.

O veredicto no tribunal estadual de Dakota do Norte foi anunciado após dois dias de deliberações em um julgamento em que a empresa de oleodutos Energy Transfer acusou o Greenpeace de pagar manifestantes para interromper a construção do oleoduto ilegalmente e espalhar informações falsas sobre o controverso projeto localizado perto da Reserva Indígena Standing Rock.

O veredicto incluiu indenizações por difamação, invasão de propriedade e conspiração. O júri concedeu mais de US$ 400 milhões em indenizações punitivas, que têm o objetivo de penalizar os réus por sua conduta.

O Greenpeace negou ter cometido irregularidades e considerou o caso um ataque aos direitos de liberdade de expressão. Os advogados do grupo disseram que devem recorrer do veredicto desta quarta-feira.

"Somos um grupo de defesa. Nós nos envolvemos em protestos pacíficos", disse a advogada do Greenpeace, Deepa Padmanabha, afirmando que o grupo desempenhou apenas um papel menor nas manifestações.

O advogado da Energy Transfer, Trey Cox, disse em comunicado que os protestos "violentos e destrutivos" do Greenpeace não figuram como um discurso legalmente protegido.

"Hoje, o júri deu um veredicto retumbante, declarando as ações do Greenpeace erradas, ilegais e inaceitáveis pelos padrões sociais. É um dia de ajuste de contas e responsabilização para o Greenpeace", disse Cox.

A construção do oleoduto foi recebida com protestos ferozes de grupos de defesa ambiental e de povos nativos, para quem o projeto pode envenenar o abastecimento de água local e agravar a mudança climática.

O projeto começou em 2016 e foi concluído no ano seguinte. O oleoduto transporta cerca de 40% do petróleo produzido na região de Bakken, na Dakota do Norte.


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