Dupla Dinho Nogueira e Zé Barbeiro traz shows e cursos de choro para Europa
A agenda de shows começou em Londres no dia 16 de maio e terminará em Paris com um sarau em 4 de junho.
É a primeira vez que a dupla reunindo o compositor Zé Barbeiro e o músico e pedagogo Dinho Nogueira traz para os palcos fora do Brasil a experiência iniciada com o projeto Oficina do Choro.
“Nosso trabalho consiste em uma parceria. Nós exploramos composições minhas e principalmente do Zé Barbeiro, que tem mais de 200 canções e até uma tese de doutorado na USP sobre seu trabalho”, ressalta Dinho. “Quando eu o conheci, via a possibilidade de unir esses dois aspectos: o Zé Barbeiro que é um 'chorão', sambista, e eu, com meu trabalho. Era possível combinar o saber prático, da rua, com o saber pedagógico e acadêmico”, acrescenta Dinho, que tem mais de 20 anos de experiência com ensino musical.
Além de shows com composições próprias e de grandes mestres do choro brasileiro como Jacob do Bandolim e Pixinguinha, a dupla tem programada uma série de aulas e Master Class para iniciantes ou músicos que pretendem aprimorar as técnicas e também conhecer um pouco mais da história do choro. "Contamos a história do choro a partir do século 19 até os dias de hoje, com os violões de seis e sete cordas, mas aplicado para todos os instrumentos. O choro pode ser um caminho para o aprendizado da música brasileira”, diz.
Zé Barbeiro, que já tocou com nomes consagrados do choro como Altamiro Carrilho, descobriu um “mundo novo” ao lidar com o ambiente pedagógico das salas de aula.
“Minha formação é totalmente popular. Meu modo de tocar sempre foi à base do ouvido, à moda antiga, no fundo de quintal, como se dizia”, afirmou.
Zé Barbeiro diz ter aproveitado a teoria apreendida com amigos, livros e até pela internet para aprimorar suas composições. Já são quatro álbuns já gravados em sua carreira.
Mais divulgação
Nesta turnê, a dupla constata que o choro ainda precisa ser melhor desenvolvido fora do país. O público ainda é pequeno, formado principalmente por brasileiros fãs do estilo musical, mas o potencial de divulgação é grande. “Minha impressão é que mesmo vindo muitos artistas para cá, ainda é fraco”, constata Zé Barbeiro.
No entanto, pondera Dinho, a qualidade da plateia demonstra que o público aprecia o estilo. “O choro é uma música complexa, um pouco para especialistas, porque a harmonia e a melodia são muito ricas”, explica.
“Para gostar de choro, é preciso ter atenção. Não é apenas para ouvir como fundo musical. Ela tem essa especificidade. Se não prestar atenção, não vai ver a beleza”, garante. A qualidade do público é excepcional. Em Haia, na Holanda, tocamos em um lugar que parecia um teatro e o público depois comprou nossos discos”, contou.
Paris, que se tornou uma referência do choro na Europa, com a realização de festivais, é parada obrigatória para a dupla. A capital francesa se tornou nos últimos anos um importante polo de difusão e referência do estilo musical. “Tem muitos músicos brasileiros e franceses também tocando choro muito bem”, garante Zé Barbeiro.
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