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Quatro resgatados de caverna na Tailândia são de minoria perseguida no país

11/07/2018 16h58

O final feliz para as 12 crianças e seu treinador de futebol que foram resgatados da caverna de Tham Luang, na Tailândia, provocou uma onda de comoção internacional.

Ekkapol Chantawong é o treinador da jovem equipe dos “Javalis Selvagens”. Ele tem 25 anos e foi o último a sair da Caverna de Tham Luang, depois de 18 dias. Como três das crianças que estavam com ele, ele é apátrida, isto é, sem certidão de nascimento, sem documentos de identidade ou passaporte.

No país, existem 400 mil pessoas apátridas, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Outras fontes estimam que esse número chegue a 3,5 milhões. Nascidos no leste da Birmânia, marcados por guerras étnicas, eles fugiram e chegaram à Tailândia em uma situação complicada para ter seus direitos reconhecidos. Eles não podem se casar, não têm conta bancária, nem emprego. Viajar é ainda mais complicado.

Um dos apátridas foi intérprete do grupo

Adul Sam-on é uma das três crianças apátridas. Ele fala inglês e, durante os longos dias passados na caverna, improvisou no papel de intérprete do grupo. Ele foi o único capaz de se comunicar com mergulhadores britânicos, os primeiros a conseguir chegar até os desaparecidos.

Ekkapol Chantawong, o jovem treinador, espera que a comoção causada pelo acidente na caverna aumente a conscientização sobre o problema dos apátridas na Tailândia e o reconhecimento de seus direitos.