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Seis ex-membros da seita Aum são executados por enforcamento no Japão

26/07/2018 07h19

Seis ex-membros da seita japonesa Aum Verdade Suprema foram executados por enforcamento na manhã desta quinta-feira (26).

A ministra da Justiça, Yoko Kamikawa, confirmou que os seis ex-integrantes da seita que estavam no corredor da morte foram executados na manhã desta quinta-feira. "Dei a ordem para o cumprimento da pena após uma reflexão extremamente cuidadosa", revelou.

No início do mês, Shoko Asahara, o guru fundador da Aum Verdade Suprema, e outros seis membros da seita também já haviam sido executados por enforcamento, considerados culpados pelo ataque no metrô de Tóquio.

Shoko Asahara - cujo verdadeiro nome era Chizuo Matsumoto - estava há anos no corredor da morte com outros doze participantes do atentado. O ataque matou 13 pessoas e deixou mais de 6.300 intoxicados.

O crime é considerado o mais monstruoso da história do país. Nos tribunais, a maratona para julgar e condenar os membros da Aum durou mais de 20 anos. Outros 190 membros da seita foram condenados a penas de prisão pelo atentado

Asahara sempre se negou a falar, enquanto os outros integrantes do grupo rejeitaram até o final do julgamento o caráter terrorista da seita.

Gás sarin

Na manhã de 20 de março de 1995, vários membros da Aum Verdade Suprema, seita criada por Asahara, espalharam o gás sarin pelos vagões do metrô de Tóquio. A substância foi colocada em bolsas plásticas que, após serem furadas, deixaram escapar o gás.

A seita também é responsável por um primeiro atentado com gás sarin, em 1994, contra pessoas que consideravam inimigas, na prefeitura da cidade de Nagano, deixando sete mortos.

A substância utilizada nos ataques foi fabricada em grandes quantidades em laboratórios, reproduzindo o produto mortal criado pelos cientistas do regime nazista na Alemanha no final dos anos 1930.

Mistério sobre a seita

Em dezembro de 1999, a seita Aum admitiu, pela primeira vez, sua responsabilidade nos ataques contra Tóquio e Matsumoto, e pediu desculpas. Mas até hoje, os motivos que levaram o grupo a perpetrar o ataque continuam sendo um mistério.

Os japoneses também nunca conseguiram compreender como esses jovens, vindos das melhores universidades do país, se deixaram seduzir por esta controversa organização e pelo guru Asahara, cujo principal sonho era de destruir o Estado japonês.

A seita continua a existir. Ela adotou o nome Aleph em 2000, quando expulsou Asahara oficialmente, mas analistas consideram que sua influência continua importante.