Europeus querem manter o horário de verão o ano todo
O horário de inverno pode deixar de existir na Europa. Nesta sexta-feira (31), o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker afirmou que a maioria dos europeus gostaria de estender o horário de verão durante o ano todo.
“Se a mudança de hora fosse suprimida, qual seria a melhor solução? ”. Essa foi a pergunta respondida por 4,6 milhões de europeus à uma consulta da Comissão Europeia. 84% dos participantes disseram preferir manter o horário de verão o ano todo.
A pesquisa durou pouco mais de um mês e foi realizada entre 4 de julho e 16 de agosto deste ano. A UE pretende usar os dados coletados para apoiar a proposta de acabar com a mudança de hora na Europa. Junker garantiu que o assunto será discutido entre os comissários europeus.
A consulta foi feita após a promessa do Parlamento Europeu de analisar o sentimento da população do bloco sobre o assunto. Agora, a Comissão Europeia irá avaliar e propor as alterações legislativas necessárias. Só depois elas serão analisadas pelos governos dos Estados-membros e pelos eurodeputados.
Todos os anos, a Comissão lança dezenas de formulários. Mas o questionário sobre o fim da mudança de horário surpreendeu pela quantidade recorde de respostas. Uma grande parte delas vieram da Alemanha, que foi um dos primeiros países a adotar o horário de verão na Europa.
Pelo menos três milhões de alemães responderam ao inquérito. Em março, uma sondagem do instituto Forsa já havia mostrado que 73% dos alemães estavam a favor do fim da mudança de hora. No entanto, apenas 31% achavam que isso poderia ocorrer nos próximos cinco anos.
Prós e contras
Para ajudar à discussão, a Comissão Europeia listou os resultados de vários estudos sobre a mudança horária. Da saúde humana à agropecuária, há prós e contras que sustentam as duas visões sobre o assunto.
Na economia, é preciso que todos adotem um mesmo horário, pois se cada país adotasse uma hora diferente a produtividade cairia, apontam estudos europeus. O comércio internacional passaria a ser mais oneroso, com várias dificuldades nos transportes, comunicações e viagens.
Já no caso da agropecuária, a Comissão admite que a mudança de hora obriga a alterações na rotina dos animais, mas que atualmente a tecnologia e a iluminação artificial já diminuem esses efeitos. Quanto às atividades agrícolas ao ar livre – como as colheitas – a mudança é benéfica, defende Bruxelas.
Adotada há 102 anos
O horário de Verão foi adotado pela primeira vez na Alemanha há mais de 100 anos, em 30 de Abril de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial. A medida foi introduzida "como tentativa de minimizar o uso da iluminação artificial para economizar combustível durante o esforço de guerra".
Na França foi o deputado André Honnorat que propôs a adoção da hora de verão. O projeto de lei foi votado e aprovado em março de 1917.
No Brasil, o sistema foi adotado pela primeira vez em 1 de outubro de 1931, através de um decreto nacional. Mas houve vários períodos em que este horário não foi seguido.
Atualmente, o horário de verão é adotado nas regiões sul, sudeste, e centro-oeste. Depois de oito anos sem observá-lo, o estado da Bahia, no nordeste, voltou a aderir em 2011. Mas abandonou essa decisão em 2012.
O presidente Michel Temer assinou, em 15 de dezembro de 2017, um decreto reduzindo em duas semanas o horário de verão. Em 2018, a medida começará a valer no primeiro domingo de novembro. A data final não foi modificada e continuará sendo o terceiro domingo de fevereiro.
A redução atende a pedido do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, que solicitou a mudança por causa das eleições. Segundo o tribunal, a medida facilitará a apuração dos votos, uma vez que o país não terá uma diferença tão extensa de fusos horários.
O primeiro turno da eleição de 2018 será dia 7 de outubro e o segundo, dia 28 do mesmo mês.
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