Jornal francês comenta apelo de FHC para uma união centrista
O jornal Les Echos desta terça-feira (25) falou do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que ressaltou o clima de intolerância que tomou conta do Brasil. Na publicação francesa, Cardoso fez um apelo à união do centro para barrar o caminho da extrema-direita e do Partido dos Trabalhadores (PT).
O correspondente do Les Echos em São Paulo, Thierry Ogier, cita o ex-presidente que declarou “não ter visto tanto ódio no Brasil há décadas”. Fernando Henrique Cardoso esteve em uma conferência para investidores ao lado de Bill Clinton e descreveu um retrato preocupante do país, a 15 dias do primeiro turno.
Na carta aberta publicada por FHC, ele lamenta uma eleição presidencial que caminha em direção a um confronto entre o candidato da extrema-direita que “prega o ódio” e “um opositor que representa um líder que está na cadeia por ter sido acusado de corrupção”.
Jair Bolsonaro, candidato da extrema-direita, esfaqueado durante um ato público no começo do mês, e ainda hospitalizado, continua no topo das pesquisas. No segundo lugar está Fernando Haddad, escolhido pelo ex-presidente Lula para defender as cores do Partido dos Trabalhadores (PT), e, em terceiro, um outro candidato da esquerda, Ciro Gomes.
Apelo de FHC é ignorado
O jornal francês descreve como, em um clima de radicalização, os candidatos centristas e conservadores são esquecidos. O primeiro deles, Geraldo Alckmin, candidato do partido da social democracia de FHC, não consegue atingir 10% das intenções de voto nas pesquisas. O que fez o ex-presidente apelar para uma união do centro já no primeiro turno, dia 7 de outubro, visando uma chance de se classificar para o segundo, barrando assim o caminho dos mais radicais.
O jornalista descreve a proposta de FHC para que candidatos desistam de suas candidaturas para “evitar o naufrágio”. Mas relata que até agora, apelos como o do ex-presidente não surtiram efeito algum. Ogier lembrou também do apelo que a revista britânica The Economist fez contra Bolsonaro. Num editorial, o candidato da extrema-direita é apresentado como “uma ameaça para o Brasil e a América Latina” e seria “um presidente desastroso”.
Essa foi a segunda vez em seis semanas que a publicação alertou para o “perigo Bolsonaro”, fazendo um paralelo com o regime de Pinochet que era, ao mesmo tempo, liberal no plano econômico e autoritário na esfera política.
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