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Abstenção foi um dos vencedores da eleição presidencial brasileira

28/10/2018 23h00

Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito neste domingo (28) para a presidência do Brasil ao derrotar Fernando Haddad (PT). Ele reuniu 55% dos votos contra 44% para o petista. No entanto, o índice de abstenção, de mais de 20%, aponta para uma rejeição do eleitorado diante de uma campanha de segundo turno bastante polarizada.

O principal desafio do governo de Bolsonaro será econômico, já que as contas públicas apresentam um rombo estimado em R$ 150 bilhões. Mas o novo chefe de Estado também terá que enfrentar pela frente um desafio de imagem. Afinal, mesmo se o presidente foi eleito, ele conta com um índice de rejeição bastante elevado.

Sem esquecer que esse pleito foi marcado pela alta abstenção, o que é também um termômetro de popularidade para um candidato. Cerca de 31 milhões de eleitores não votaram nesse segundo turno, o que representa um índice de abstenção de mais de 21%, o maior registrado no Brasil nos últimos 20 anos.

Somados aos 7% de votos nulos e os mais de 2% de votos brancos, eles reúnem mais de 30% de eleitores que preferiram não escolher entre os dois candidatos.
Especialistas apontam que esse índice de abstenção e de votos nulos é um resultado da polarização que marcou a campanha.

Dessa forma, mesmo se Bolsonaro em um de seus discursos logo após o anúncio da vitória declarou que pretende governar para todos os brasileiros, não se pode esquecer que quase um terço dos eleitores não se sentiam representados nessa eleição e preferiram, por algum motivo, simplesmente não votar.

Transição já começou

Mesmo se a posse do novo chefe de Estado só acontece no dia 1° de janeiro, o processo de transição já está sendo organizado em Brasília. No domingo (28), quando votou em São Paulo, o atual presidente Michel Temer disse que do lado do governo tudo estava pronto e a transição já começaria a partir desta semana.
Esse processo consiste na composição de uma equipe, nomeada pelo presidente eleito, que começa a trabalhar com o governo que deixa o poder.

Jair Bolsonaro pode nomear até 50 pessoas, que se instalam em Brasília para preparar sua chegada Os Integrantes da equipe de transição recebem uma espécie de relatório com a situação do Brasil e principalmente das contas do país. Alguns membros dessa equipe de transição podem, inclusive, entrar para a equipe de governo em seguida como ministros.

Além de Paulo Guedes, que já havia sido anunciado para a pasta de Economia, outros três nomes já foram revelados. O primeiro deles é o da estratégica Casa Civil, cargo que deve ser assumido pelo deputado federal Onyx Lorenzoni, do DEM. Já o Ministério da Defesa ficará com o general reformado Augusto Heleno.
Um nome que causou surpresa foi o do astronauta brasileiro Marcos Pontes, que deve ficar com a pasta de Ciências e Tecnologia. Lembrando que além de ter sido o primeiro sul-americano a ir paro o espaço, astronauta brasileiro Marcos Pontes, é também tenente-coronel da aeronáutica.

Entre os nomes cotados mas não confirmados estão o do general da reserva Oswaldo de Jesus Ferreira para o ministério da Infraestrutura, e o também general Aléssio Ribeiro Souto para a área de educação e comunicações – ou seja, Bolsonaro que começou a carreira nas forças armadas e fez uma campanha baseada em uma política linha dura pretende se cercar de militares para governar.
Além disso, segundo o presidente do PSL Gustavo Bibiano, um dos nomes cogitados para a pasta da Justiça seria o do juiz Sérgio Moro. Mas as ministra Eliana Calmon também estaria sendo cotada para o mesmo cargo.