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Bolsonaro e Netanyahu comemoram "nova aliança" entre Brasil e Israel

28/12/2018 19h11

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se encontrou com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, nesta sexta-feira (28). Eles comemoraram o início de uma nova "fraternidade" entre os dois países, com a perspectiva de uma forte colaboração econômica e militar.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se encontrou com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, nesta sexta-feira (28).

Os dois dirigentes se encontraram no Forte de Copacabana. Recebido por militares e autoridades locais na aterrissagem, Netanyahu deve permanecer cinco dias no Brasil e vai comparecer à posse de Bolsonaro em Brasília, no dia 1° de janeiro.

"Mais do que parcerias, seremos irmãos no futuro, na economia, tecnologia, e tudo aquilo que possa trazer benefício para os dois países", declarou Bolsonaro, ao receber Netanyahu. "É difícil acreditar que não tivéssemos contatos como este antes. Porque a irmandade, a aliança que você mencionou é real e pode nos levar muito longe. Israel é a terra prometida, o Brasil é a terra das promessas", respondeu o primeiro-ministro.

Bolsonaro provocou polêmica ao anunciar, um dia após sua eleição, a transferência da embaixada brasileira à Jerusalém, como os Estados Unidos fizeram em maio. Mas o presidente eleito voltou atrás e disse que a transferência ainda não tinha sido decidida. O Brasil pode sair prejudicado, já que os mercados árabes já ameaçaram parar de comprar carne brasileira caso a transferência se concretize.

O Estado hebreu considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital, enquanto os palestinos aspiram a que Jerusalém oriental venha a se tornar a capital de seu futuro Estado. Para a comunidade internacional, o estatuto da Cidade Santa tem que ser negociado entre as duas partes e as embaixadas não devem ser instaladas ali sem um acordo ter sido alcançado. Até agora, o Brasil, onde vivem comunidades judaicas e árabes, manteve esta postura.

Mais cedo, Netanyahu também saudou o que o que chamou de uma "nova era" na relação com o Brasil antes de se encontrar com o presidente eleito Jair Bolsonaro. "É uma grande mudança. Estou contente por podermos começar uma nova era entre Israel e a grande potência chamada Brasil", afirmou o premiê em seu Twitter.

Netanyahu ressaltou que vai pressionar Bolsonaro para um anúncio de que o Brasil seguirá os passos dos Estados Unidos e transferirá sua embaixada em Israel para Jerusalém. "O presidente eleito anunciou [a transferência]. Podem ter certeza que falarei com ele sobre isso em nosso primeiro encontro", afirmou ainda Netanyahu aos jornalistas presentes em seu voo antes de pousar no Rio de Janeiro.

Netanyahu vai encontrar Mike Pompeo

Netanyahu, que decidiu fazer esta visita apesar da difícil situação política e judicial que enfrenta no seu país e das tensões dos últimos dias entre Israel e Síria, disse também que Bolsonaro "aceitou" seu convite para visitar Israel.

O futuro presidente afirmou que a visita ocorreria "antes de março". "Juntos, mas com outros países como os Estados Unidos, que pensam e têm uma ideologia parecida com a nossa, temos tudo para nos ajudarmos e fazer o bem para nossos países", declarou mais tarde em um encontro com a comunidade judaica em uma sinagoga.

Netanyahu também vai se reunir com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, à margem da cerimônia de posse de Bolsonaro. Também planeja reuniões com os presidentes do Chile e de Honduras, entre outras autoridades, bem como membros da comunidade judaica e um grupo cristão pró-Israel.

"Esta visita ao maior país da América Latina reforçará as relações comerciais e econômicas entre os dois países", afirmou em comunicado o gabinete do primeiro-ministro. Netanyahu retornará a Israel em 2 de janeiro, informou a mesma fonte. Bolsonaro assegurou na terça-feira (25) que a aliança com Israel está avançando e anunciou negociações para um projeto de dessalinização de água na região nordeste do país, atingida pela seca.