Encontro de Macron com Putin tem objetivo de reconciliar Europa com a Rússia
O encontro entre os presidentes a França, Emmanuel Macron, e da Rússia, Vladimir Putin, estampa as capas dos principais jornais franceses nesta segunda-feira (19). A cinco dias da cúpula do G7 em Biarritz, no sudoeste francês, os dois líderes conversarão sobre questões espinhosas, como o nuclear iraniano e os conflitos na Síria e no leste da Ucrânia.
"Duelo ou dupla?", questiona a manchete de capa do jornal Libération, que exibe uma foto de página inteira de Macron e Putin apertando as mãos, no último G20, em Osaka, em junho. O presidente francês recebe o líder russo em Brégançon, a residência oficial de férias dos chefes de Estado da França. Segundo Libé, o principal objetivo de Macron é tentar estabelecer uma outra relação com a Rússia - "um parceiro necessário", classifica a equipe do presidente francês.
Paris discorda da atuação da Rússia na Síria, critica o retorno de espiões russos ao solo europeu e condena a repressão de Moscou às manifestações pró-democracia na Rússia. Mas Macron quer avançar diplomaticamente para tentar evoluir em algumas questões nas quais Putin tem um papel-chave, destaca Libération, lembrando a questão do nuclear iraniano.
Europa precisa da Rússia
Mesmo tom do lado do jornal Le Figaro, que publica na capa a manchete: "Macron quer reconciliar Putin e a Europa". Para o diário, "convidando o presidente russo em sua residência de férias cinco dias antes do G7, Macron confirma sua intenção de implicar a Rússia nas discussões multilaterais", destaca. Segundo Le Figaro, para tratar de crises que desestabilizam o mundo, o presidente francês acredita que a França e a Europa precisam da Rússia, que reforçou sua influência no cenário internacional.
Mas as vantagens desse encontro não são unilaterais. É esse o ângulo da matéria publicada no jornal Les Echos, que estampa como manchete: "Em Brégançon, Putin espera influenciar o G7, graças à Macron". Isso porque a Rússia foi excluída da cúpula, que antes reunia as oito maiores potências planetárias, mas deixou de ser o G8, desde que Moscou anexou a Crimeia, em 2014.
Assim, para o líder russo, marcar presença na Europa é importante. Não é à toa que, após a reunião com Macron, Putin viaja para Helsinki, país que assumiu a presidência rotativa da União Europeia até o final deste ano. "Cada uma dessas visitas é explicitamente utilizada em Moscou para mostrar que o Kremlin não está isolado na cena internacional", escreve Les Echos.
Já o jornal Le Parisien demonstra ceticismo sobre os resultados desse encontro. O jornal não acredita que o líder russo vá mudar de posição em questões sobre as quais é inflexível, como o conflito no leste da Ucrânia, a guerra na Síria, o respeito aos direitos humanos. Por isso, ressalta, a presidência francesa evita falar em avanços imediatos e prefere evocar "uma aproximação por etapas", afirma Le Parisien.
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