Hong Kong: gás lacrimogênio e coquetéis molotov em novos confrontos entre policiais e ativistas
Novos confrontos violentos aconteceram neste domingo (15) em Hong Kong durante uma manifestação proibida. De um lado, militantes pró-democracia jogavam pedras e coquetéis molotov. A polícia respondia com gás lacrimogênio e jatos d'água.
Milhares de pessoas violaram a interdição pelas autoridades e foram às ruas centrais de Hong Kong. Logo focos de violência surgiram em confrontos entre policiais e grupos radicais que tentavam chegar ao complexo do governo.
As forças de ordem atiraram várias granadas de gás lacrimogênio e lançaram jatos d'agua com liquido azul contra os manifestantes, que, por sua vez, jogavam pedras e coquetéis molotov do outro lado de barreiras erguidas em torno do complexo governamental.
A ex-colônia britânica atravessa há precisos 99 dias sua mais grave crise política desde a devolução à China em 1997, com ações e manifestações quase cotidianas para pedir reformas democráticas ou denunciar a repressão policial, considerada violenta demais.
A mobilização é um desafio sem precedentes para o governo central chinês e para o executivo de Hong Kong, pró-Pequim.
"Um país, dois sistemas"
Conforme à declaração sino-britânica de 1984, que norteou a devolução, Hong Kong é uma região semiautônoma, dirigida pelo princípio de "um país, dois sistemas", gozando de liberdades desconhecidas no resto da China, e isso até 2047.
Os militantes pró-democracia acusam Pequim de deixar as promessas de lado, aumentando a influência política no pequeno território e recusando as reivindicações por um sistema de sufrágio universal.
Antes de o caos prevalecer no final da tarde, os manifestantes se concentraram nas imediações do consulado da Grã-Bretanha, para pedir a Londres mais proteção para os habitantes de sua ex-colônia. Centenas de pessoas cantaram o "God Save the Queen" (Deus Salve a Rainha), agitando bandeiras britânicas e da ex-colônia.
"Estou decepcionado que a Grã-Bretanha não faça nada para nos apoiar", declarou o ativista Alex Leung à AFP.
"A declaração sino-britânica não serve para nada", dizia um cartaz.
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