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Novos casos de Covid-19 na China, Alemanha e Coreia do Sul são mau sinal para retorno das atividades na Europa

10/05/2020 07h15

Vários países europeus, incluindo a França, vivem neste domingo (10) seu último dia de isolamento social antes da reabertura gradual do comércio e de escolas a partir de segunda-feira (11). Mas o aumento de casos da Covid-19 em pelo menos três países que tinham conseguido controlar a epidemia - China, Alemanha e Coreia do Sul - envia aos europeus um sinal de que a segunda onda da pandemia pode se instalar mais cedo do que se pensava.

Autoridades sanitárias chinesas relataram pela primeira vez em mais de um mês a descoberta de um novo caso de coronavírus em Wuhan, berço da pandemia. Com 14 casos adicionais de Covid-19 diagnosticados até 9 de maio, a China registra a maior alta de contaminações desde 28 de abril.

A Comissão Nacional de Saúde informou que o caso descoberto em Wuhan era assintomático. Ela acrescentou que outros dois novos casos de infecção foram "importados", sendo os outros 11 relacionados com transmissões locais na província de Jilin, localizadas no nordeste do país. As autoridades provinciais aumentaram o nível de risco da cidade de Shulan, que tem cerca de 700 mil habitantes, de médio para alto. Na quinta-feira (7), no entanto, as autoridades chinesas consideravam que todo o país enfrentava um baixo risco de propagação do vírus.

Nenhuma morte adicional ligada à epidemia foi registrada. Oficialmente, a China declara 82.901 infecções na China continental e 4.633 mortes.

Quase 700 casos adicionais na Alemanha

O Instituto Robert Koch (RKI) para doenças infecciosas, que faz a contagem dos casos na Alemanha, indicou neste domingo (10) 667 casos adicionais de contaminação e 13 novas mortes em 24 horas. Em comparação à hecatombe na Itália, Espanha e França, a Alemanha continua com um número relativamente baixo de contaminações - 169.218 no total - 7.395 mortes, segundo o levantamento do RKI.

No sábado (9), o Dinamo Dresden, da segunda divisão do futebol alemão, decretou quarentena para todos os seus jogadores e comissão técnica após detectar dois novos casos positivos de Covid-19. A equipe não poderá disputar seu primeiro jogo da retomada do campeonato, programado para 17 de maio. A Alemanha é o país europeu, dos grandes campeonatos, que parecia mais próximo de poder completar a temporada de futebol, com portões fechados a partir do dia 16. Agora, as autoridades já estudam um adiamento eventual do projeto.

Os vizinhos europeus examinam com uma lupa as consequências da retomada das atividades na Alemanha. Junto com a Áustria, os alemães foram os primeiros a suspender gradualmente a quarentena em 4 de maio. Os primeiros cafés e restaurantes reabriram no sábado (9) na região de Mecklenburg (norte). Os outros estados alemães estão programados para adotar a mesma medida nos próximos dias ou semanas. A chanceler Angela Merkel e os dirigentes dos estados definiram que se houver um aumento no número de infecções, a quarentena será reintroduzida localmente.

Coreia do Sul

As autoridades municipais de Seul, na Coreia do Sul, determinaram o fechamento de bares e casas noturnas da capital, com receio que um novo foco de infecção por coronavírus, detectado num bairro badalado da cidade, provoque uma segunda onda da epidemia que estava controlada no país.

Mais de cinquenta novos casos de contágio foram relacionados a um homem de 29 anos que teve resultado positivo para a Covid-19 depois de frequentar cinco clubes e bares no fim de semana passado em Itaewon, um dos distritos na moda em Seul. As autoridades sanitárias temem um novo surto da doença, uma vez que cerca de 7.200 pessoas estiveram nos cincos estabelecimentos frequentados pelo homem infectado.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, pediu que as pessoas ficassem vigilantes, pois o país, que foi um dos maiores focos de contaminação do mundo em fevereiro, conquistou a admiração de capitais estrangeiras por seus resultados na luta contra a nova pneumonia viral.

O novo coronavírus já infectou 4 milhões de pessoas, causou mais de 277 mil mortes e avança inexoravelmente em várias regiões do mundo. Mas esses números são provavelmente muito inferiores à realidade.

Com informações de agências