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Lewis Hamilton, Michael Jordan, Serena Williams: atletas se manifestam sobre morte de George Floyd

01/06/2020 08h17


O piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton e a estrela da NBA Michael Jordan uniram suas vozes às de outros atletas para denunciar a morte de George Floyd, motivo de revolta de milhares de americanos, que protestam em várias cidades americanas há quase uma semana. Nos últimos dias, vários esportistas em todo o mundo, como Serena Williams, Jaylen Brown e Marcus Thuram, se pronunciaram sobre as violências racistas. 

Hamilton denunciou o silêncio dos grandes nomes da Fórmula 1, um esporte, segundo ele "dominado pelos brancos". "Não houve nenhuma mensagem de ninguém do meu setor que é um esporte dominado por brancos. Eu sou uma das únicas pessoas de cor lá [na Fórmula 1] e estou sozinho. Eu pensei que agora vocês veriam porque isso acontece e diriam algo, mas vocês não estão do nosso lado", diz a mensagem do piloto de 35 anos publicada nos stories em seu Instagram.

O campeão do mundo afirma que apoia somente os manifestantes pacíficos, mas reitera que "não pode haver paz até que os nossos chamados líderes realizem mudanças". "Isso não acontece apenas nos Estados Unidos, mas também no Reino Unido, Espanha, Itália e por tudo. A maneira como as minorias são tratadas tem que mudar, como você educa as pessoas em seu país por igualdade, racismo, classe e que somos todos iguais!", reitera.

Já a estrela da NBA Michael Jordan denunciou, em um comunicado, o "racismo enraizado" nos Estados Unidos, dizendo-se "profundamente triste, verdadeiramente em sofrimento e totalmente revoltado". "Eu sei quem vocês são e eu vejo vocês", publicou Jordan no Instagram. "Devemos continuam as manifestações pacíficas contra a injustiça e pedir o reconhecimento dos responsáveis", completou.

Homenagens em todo o mundo

No mundo inteiro, atletas reagiram à morte de George Floyd, que morreu em 25 de maio asfixiado por um policial branco, em Minneapolis, norte dos Estados Unidos. A intervenção chocante da patrulha foi gravada por testemunhas e viralizaram nas redes sociais, gerando indignação no mundo inteiro.

O jogador do Boston Celtics Jaylen Brown dirigiu 15 horas para participar de um protesto em Atlanta, no estado da Geórgia. Roger Goodell, dirigente da NFL, liga nacional de futebol americano, também se pronunciou, afirmando que manifestações violentas "refletem o sofrimento, a revolta e a frustração que tantos entre nós sentimos".

A jogadora de tênis Serena Williams publicou em seu Instagram um vídeo em que uma garota negra, submersa em emoção, afirma: "somos negros e não deveríamos nos sentir assim". Já a sua compatriota e fenômeno do tênis Coco Gauff publicou um vídeo no TikTok perguntando: "eu sou a próxima?".

No fim de semana, três jogadores do campeonato alemão de futebol também prestaram homenagem ao americano. Em uma das manifestações mais emocionantes dos últimos dias no mundo do esporte, no domingo (31), o atacante do Mönchengladbach, Marcus Thuram, filho do ex-jogador francês Lilian Thuram, se ajoelhou no gramado para celebrar um gol.

Após a partida, o clube publicou no Twitter a foto do atleta ajoelhado, com a cabeça abaixada, junto da legenda: "não precisa de explicação". Esse gesto se popularizou depois de ser inaugurado pelo jogador da NFL Colin Kaepernick. Ele se tornou um grande porta-voz dos protestos nos Estados Unidos contra violências policiais, especialmente contra as minorias.

Domingo de protestos

Milhares de pessoas protestaram mais uma vez no domingo em várias cidades dos Estados Unidos contra o racismo e a violência policial, em mais uma jornada marcada por confrontos com as forças de ordem.

Diante da Casa Branca, em Washington, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes que desafiaram o toque de recolher imposto na capital. Segundo a imprensa americana, o presidente Donald Trump se escondeu durante mais de uma hora no bunker da sede da presidência, projetado para resistir a ataques terroristas.

Milhares de soldados da Guarda Nacional foram mobilizados em 15 estados americanos e em Washington. O toque de recolher foi decretado em outras cidades, incluindo Houston e Los Angeles.

Em Saint-Paul, cidade próxima a Minneapolis, epicentro do movimento, milhares de pessoas protestaram contra o racismo na tarde de domingo e exigiram que todos os policiais envolvidos na morte de Floyd sejam responsabilizados.

Até o momento, apenas um deles, Derek Chauvin, foi preso e acusado de homicídio não intencional. Ele é o agente que aparece no vídeo da prisão de Floyd. A gravação mostra como o policial coloca o joelho no pescoço da vítima por vários minutos, imobilizada de cabeça para baixo, e sem conseguir respirar. Chauvin comparecerá nesta segunda-feira (1°) pela primeira vez a um tribunal por este caso.

(Com informações da AFP)