Nova Zelândia, Coreia do Sul e Noruega: exemplos de sucesso na luta contra a Covid-19
Enquanto a França se aproxima de um quadro parecido com o que enfrentou no pico da epidemia de Covid-19 em abril, outros países conseguiram gerenciar a propagação do coronavírus, como a Coreia do Sul, a Nova Zelândia e a Noruega. O assunto ilustra a capa do jornal Le Parisien desta quinta-feira (12) e é tema de uma longa reportagem do diário, que detalha as medidas bem-sucedidas de outras nações que podem contribuir para controlar a doença.
"Por que funciona em outros lugares?" questiona o Le Parisien de hoje. O diário lembra que alguns países conseguiram controlar a Covid-19 de maneira eficaz e hoje a população vive normalmente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Nova Zelândia é considerada como a "nação-modelo" entre os países que melhor gerenciam a epidemia de Covid-19. Desde o início da crise sanitária, o arquipélago de 5 milhões de habitantes exibe números de dar inveja: 25 mortes e 1.988 casos.
De acordo com a matéria, o fechamento das fronteiras, antes mesmo de a primeira contaminação ser registrada, o rígido lockdown estabelecido durante um mês, a adesão da população ao aplicativo para smartphones para rastrear os doentes, além de testes em massa e o isolamento dos infectados foram as principais medidas de sucesso.
A Coreia do Sul é outro exemplo do bom gerenciamento da crise sanitária. O país de 51 milhões de habitantes registrou apenas 487 óbitos desde o início do ano, cem vezes menos do que a França. O motivo, segundo o jornal, é o rápido e o drástico isolamento das pessoas com sintomas da Covid-19, testes em massa, além da colaboração de boa parte dos cidadãos, que utilizam máscaras em todos os lugares, sem reclamações, e respeitam à risca as orientações. O país também beneficia de um arsenal de leis e dispositivos colocados em prática durante as crises do Sars, em 2002, e do Mers, em 2012, aponta Le Parisien.
Noruega também está no topo da lista
A Noruega também faz parte da lista dos bons alunos da Covid-19 e registra apenas 285 mortos. No entanto, Le Parisien reconhece que a baixa densidade populacional do país, que conta com quase 6 milhões de habitantes, ajudou no combate à epidemia. Mas, claro, esse não é o único motivo: "desde 13 de março, os bares, restaurantes, museus e atrações turísticas fecharam suas portas", lembra a matéria. Embora o governo norueguês não tenha imposto um lockdown, a população se organizou e se isolou voluntariamente, destaca Le Parisien.
O jornal afirma que, mesmo que não se possa confiar nos números divulgados pela China, os médicos confirmam que o país que é berço da pandemia conseguiu lidar com a doença. Uma prova é que os hospitais não enfrentam mais superlotação com contaminados pelo coronavírus. Entrevistado pelo jornal, Antoine Bondaz, pesquisador na Fundação pela Pesquisa Estratégica e especialista na China, afirma que "Pequim tenta convencer o mundo de que seu sistema político autoritário foi o único responsável por barrar o vírus. Mas a China se beneficiou, sobretudo, de sua imensa capacidade industrial para produzir testes em grandes quantidades", observa.
Comportamento dos franceses impede luta contra a Covid-19
Em editorial, Le Parisien afirma que a luta contra a Covid-19 é pouco eficaz na França porque a população é individualista e indisciplinada. Segundo o editorialista, os cidadãos franceses não estão dispostos a renunciar à sua liberdade para controlar a epidemia e tentam, de todas as formas possíveis, contornar as restrições impostas pelo governo.
"A tudo isso, se adicionam os oponentes menos racionais e complotistas, apoiados pelas redes sociais", diz a matéria, lembrando que 20% da população é contra o uso de máscara. O editorial afirma que nos países em que a luta contra a Covid-19 obtém sucesso não há necessariamente um governo autoritário na liderança, mas os cidadãos respeitam as medidas e acreditam que a erradicação da doença faz parte de um interesse coletivo e não apenas individual.
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