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Países com áreas costeiras lançam iniciativa de manejo sustentável dos oceanos

02/12/2020 11h13

Quatorze países com áreas costeiras, incluindo Chile, Noruega, Austrália, Canadá, Japão e Indonésia, lançam nesta quarta-feira (2) uma campanha para convencer os líderes do planeta a colocar os oceanos no centro da recuperação econômica global, protegendo, simultaneamente, 30% dos oceanos em dez anos. A iniciativa internacional, apoiada pela ONU - apresentada com destaque pelo jornal francês Les Echos -, é promovida pelo Painel do Oceano, grupo criado há dois anos, do qual o Brasil, apesar de seu imenso litoral, não faz parte.

A campanha conta com uma série de ações para desenvolver uma "economia sustentável do oceano". Juntos, os 14 países envolvidos possuem 40 milhões de quilômetros quadrados de águas nacionais - o equivalente à África - e defendem uma gestão marinha "que equilibra proteção, produção e prosperidade". Os mares do mundo estão cada vez mais ameaçados pela poluição, pela exploração excessiva de recursos e pelas mudanças climáticas, advertem. No entanto, diariamente, mais de três bilhões de pessoas dependem deles para sua alimentação e cerca de 90% das mercadorias circulam pelos oceanos.

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"Investir em oceanos saudáveis pode render muito", ressalta o diário econômico Les Echos, jornal de referência no meio empresarial francês. A luta contra a pesca excessiva e a pesca ilegal, o investimento em energias marinhas renováveis e no turismo sustentável, o apoio à descarbonização de navios e portos, bem como a transição para uma frota equipada com sistemas de propulsão "modernos" estão no centro do programa do painel. Para elaborar as propostas, o grupo trabalhou com várias organizações do setor privado, ONGs e organizações intergovernamentais em 35 países.

"Abordagem holística"

O painel também tem como objetivo a "produção agrícola responsável" de algas para fornecer alimentos e uma extensa pesquisa sobre os impactos da mineração em alto mar, vista com cautela por enquanto. Além disso, faz do combate ao manejo do plástico e outros resíduos e da proteção das comunidades costeiras uma prioridade. Por último, explica a reportagem do Les Echos, preconiza um melhor conhecimento dos oceanos, que deve passar tanto pelo compartilhamento de boas práticas como pelas inovações tecnológicas.

Se tiverem sucesso, os membros do Painel do Oceano estimam que sua "abordagem holística" pode produzir até seis vezes mais alimentos dos oceanos, gerar quarenta vezes mais energia renovável, retirar milhões de pessoas da pobreza e contribuir com um quinto da redução das emissões de gases de efeito estufa necessárias para limitar o aquecimento global a 1,5°C, até 2100.

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