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Enterro de assassino de professor francês é acompanhado por 200 pessoas na Chechênia

07/12/2020 11h28

Abdullakh Anzorov, o homem que decapitou Samuel Paty, o professor de História e Geografia francês, na saída de uma escola em outubro na periferia de Paris foi enterrado nesse domingo (6) na república russa da Chechênia. De acordo com o site Kavkazski Uzel, o funeral aconteceu em Shalazhi, cidade que fica a 40 quilômetros da capital chechena, Grozni.

Abdoullakh Anzorov, de 18 anos, morava na França como refugiado de origem chechena. Ele decapitou o professor Samuel Paty no dia 16 de outubro, após mostrar caricaturas do profeta Maomé durante suas aulas sobre liberdade de expressão. O caso gerou comoção nacional.

O agressor assumiu o crime em uma mensagem de áudio em russo. Ele afirmou ter "vingado o profeta" Maomé e criticou o professor por tê-lo "mostrado de maneira ofensiva". Anzorov foi morto pela polícia no local do ataque ao professor.

O acesso à cidade foi bloqueado pelas autoridades durante o enterro. No entanto, vídeos enviados por mensagens de Telegram mostravam um número grande de pessoas acompanhando com canto o caixão do jovem, em um cortejo debaixo da neve.

Segundo Baza, um canal de Telegram muito conhecido na região, cerca de 200 pessoas -entre parentes e amigos da família Anzorov-- compareceram ao funeral. Mais de 60 policiais participaram na proteção do cortejo.

Até então, a imprensa oficial chechena não tinha divulgado informações sobre o repatriamento do corpo ou sobre o enterro.

Líder checheno condenou caricaturas

Nesta segunda (7), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse não ter informações sobre o enterro e descreveu o assassinato de Samuel Paty como "um ato terrorista". "Estamos falando de um assassino, um terrorista. E esses atos são condenados e absolutamente inaceitáveis", disse a jornalistas.

À época do atentado, o líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov, havia condenado o ataque contra o professor francês, mas também criticou violentamente a defesa do presidente francês, Emmanuel Macron, das caricaturas de Maomé, acreditando que ele estava empurrando os muçulmanos "para o terrorismo".

As caricaturas do profeta Maomé haviam sido publicadas pelo diário Charlie Hebdo em 2015, mesmo ano do atentado à redação. Na ocasião, várias centenas de milhares de manifestantes protestaram em Grozny.

(Com informações da AFP)

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