Topo

EUA: Câmara dos Representantes volta a aprovar projeto para reforma da polícia

04/03/2021 05h05

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei para uma reforma da polícia nesta quarta-feira (3), cinco dias após o julgamento de um ex-agente, acusado de matar o cidadão afrodescendente George Floyd, no ano passado.

 

O texto, que leva o nome de Floyd, já havia sido aprovado em junho pela Câmara Baixa do Congresso, de maioria democrata, mas não passou pelo Senado, onde os republicanos tinham maioria até janeiro.

Nesta quarta-feira, os democratas da Câmara aprovaram novamente o texto, desta vez com 220 votos a favor e 212 contra. A aprovação no Senado, onde republicanos e democratas têm o mesmo número de cadeiras, é incerta.

O texto "não apagará séculos de racismo sistêmico" nos Estados Unidos, declarou a presidente da Câmara dos Democratas, Nancy Pelosi, antes de sua adoção. Mas será "um grande passo" para "construir uma relação melhor e mais saudável entre a polícia e as comunidades que deve respeitar", acrescentou.

O projeto de lei prevê, além de outros prontos, a proibição de estrangulamento, a limitação de equipamentos militares na polícia, bem como a criação de um registro nacional de policiais demitidos por abuso de poder.

O texto também espera reduzir a imunidade dos policiais em ações na vara cível e propõe prevenir, nos delitos relacionados a entorpecentes, mandados de busca e apreensão que permitam aos policiais entrar na casa dos suspeitos sem serem anunciados.

Durante sua prisão em 25 de maio em Minneapolis, Minnesota, George Floyd morreu sufocado por um policial branco, Derek Chauvin. O policial manteve o joelho no pescoço da vítima por quase nove minutos. Seu julgamento começará na segunda-feira (8) em Minneapolis.

Novos protestos

Outro policial branco foi acusado de assassinato nos Estados Unidos pela morte a tiros de um homem negro desarmado, no estado de Ohio. O assassinato de Andre Hill, em 22 de dezembro, na cidade de Columbus, gerou uma nova onda de protestos no país contra a brutalidade policial contra os afro-americanos.

Adam Coy, de 47 anos, o policial branco que atirou em Hill em 22 de dezembro, foi preso e acusado de assassinato em 4 de fevereiro, disseram as autoridades. Coy foi despedido da polícia de Columbus em janeiro.

Imagens da câmera corporal de Coy mostram Hill se aproximando de policiais com um telefone celular na mão esquerda. Sua outra mão não está visível. Depois de segundos, o policial abriu fogo e os policiais não socorreram Hill, que estava agonizando.

A morte de Hill ocorreu poucas semanas após o assassinato em Columbus de outro homem negro desarmado, Casey Goodson Jr., de 23 anos, que foi baleado e morto por um xerife quando voltava para casa depois de comprar sanduíches.

(Com informações da AFP)