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Vendas de vacinas anticovid impulsionam lucros de laboratórios

29/07/2021 08h05

A empresa farmacêutica AstraZeneca anunciou nesta quinta-feira (28) que as vendas de sua vacina contra a Covid-19 alcançaram US $ 1,17 bilhão no primeiro semestre do ano. Este número corresponde à entrega de aproximadamente 319 milhões de doses em todo o mundo. Outros laboratórios que participam da luta contra a epidemia de coronavírus também publicaram bons resultados.

As vendas da AstraZeneca representaram US $ 572 milhões na Europa e US $ 455 milhões em países emergentes, de acordo com um comunicado à imprensa publicado pelo grupo sueco-britânico.

Enquanto isso, o laboratório americano Pfizer planeja vender este ano US $ 33,5 bilhões de dólares em vacinas contra a Covid-19, desenvolvidas em parceria com a alemã BioNTech. O valor supera os US $ 26 bilhões que o grupo havia previsto, em maio, e os US $ 15 bilhões estimados, em fevereiro.

O laboratório Moderna, que também desenvolveu uma vacina contra o coronavírus, previu, em maio, vendas anuais de US $ 19,2 bilhões.

Já o grupo farmacêutico americano Johnson & Johnson estima uma receita de US $ 2,5 bilhões com seu imunizante, este ano.

Pfizer tem mais margem de manobra em preços

O lucro maior da Pfizer tem explicação. Além do sucesso retumbante da aliança com a alemã BioNTech, o laboratório americano só vende seus produtos a preço de custo para países pobres, enquanto seus concorrentes, Johnson & Johnson e AstraZeneca, se comprometeram a fazer isso para todos os clientes, durante a pandemia.

"A velocidade e eficácia de nossos esforços com a BioNTech para ajudar a vacinar o mundo contra a Covid-19 é sem precedentes, agora com mais de um bilhão de doses entregues globalmente", afirmou o CEO do grupo, Albert Bourla, nesta quarta-feira (28), quando foram divulgados os resultados financeiros do segundo trimestre.

Considerando todas as atividades da empresa, a Pfizer alcançou vendas de US $ 18,9 bilhões no período, quase o dobro do ano anterior (+ 92%) e acima das expectativas dos analistas, que esperavam 18,45 bilhões. O lucro líquido trimestral aumentou 59%, para US $ 5,5 bilhões.

Com vendas crescentes, a empresa aumentou suas previsões de faturamento e lucros anuais. A estimativa de faturamento em 2021 está entre US $ 78 bilhões e US $ 80 bilhões, contra US $ 70,5 bilhões a US $ 72,5 bilhões anunciados em maio. As vendas de vacinas anticovid são o carro-chefe do grupo, tendo arrecadado US$ 11,3 bilhões, no primeiro semestre.

Terceira dose

Graças às campanhas de vacinação que estão sendo implementadas em todo o mundo, a Pfizer está aumentando o número de contratos, para 2,1 bilhões de doses, no total. Um dos pedidos mais recentes é o dos EUA, de 200 milhões de doses adicionais, elevando as vendas para o mercado interno americano para 500 milhões de doses. Esse volume pode crescer ainda mais. Pfizer/BioNTech recomendam uma terceira dose de sua vacina a fim de torná-la mais eficaz diante da variante Delta que causa surtos epidêmicos na Ásia e na África e eleva o número de casos na Europa e nos Estados Unidos.

"Novos estudos mostram que uma terceira dose tem efeitos neutralizantes contra a variante Delta cinco vezes maior em jovens e mais de onze vezes em idosos", informa a empresa. Inicialmente originária da Índia, essa variante é a mais contagiosa detectada desde o início da pandemia, que já matou mais de 4,17 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com o relatório da agência AFP desta quarta-feira.

Os laboratórios Pfizer/BioNTech também podem solicitar uma autorização emergencial da vacina para crianças de 5 a 11 anos, até o fim de setembro, se for "necessária" e se os resultados de testes estiverem disponíveis até então. Os estudos em crianças de 6 meses a 5 anos ainda estão em andamento. A vacina já foi autorizada a partir dos 12 anos nos Estados Unidos, Canadá e 27 países da União Europeia.

Com relação a uma vacina potencial que visa especificamente a variante Delta, a Pfizer informa que começará testes clínicos em agosto.

Francesa Sanofi: vendas em alta

Após um segundo trimestre sólido, a gigante farmacêutica francesa Sanofi revisou, nesta quinta-feira (28) sua previsão de resultados para 2021. O lucro líquido da empresa deve cair em consequência de sua separação da parceira americana Regeneron, no ano passado, mas as vendas serão dinâmicas.

A Sanofi registrou um lucro líquido de € 1,2 bilhão no segundo trimestre, contra um lucro de € 7,6 bilhões um ano antes, quando o grupo havia colhido os ganhos da venda de suas ações da Regeneron.

O volume de negócios aumentou 6,5%, para 8,7 bilhões de euros, valor em linha com as expectativas de analistas de mercado. Com base nesses resultados, o laboratório, que está desenvolvendo duas vacinas contra a Covid-19, revisou para cima suas perspectivas para 2021. O lucro líquido por ação (EPS), um indicador-chave para a Sanofi, deve crescer 12%.

(Com informações da AFP)