Recorde de casos de Covid não impede festa de abertura das Paralimpíadas de Tóquio
O recorde de infecções diárias de Covid no Japão não impediu a cerimônia de abertura das Paralimpíadas de Tóquio nesta terça-feira (24). Diante de arquibancadas vazias, o imperador Naruhito declarou oficialmente os Jogos Paraolímpicos abertos. A competição começa nesta quarta-feira (25) e os 4.400 atletas participantes vão disputar 539 medalhas.
Com informações do enviado especial da RFI a Tóquio, Farid Achache, e AFP
Dezesseis dias após o encerramento das Olimpíadas, os holofotes voltam a iluminar a cidade de Tóquio para os Jogos Paralímpicos. O número de participantes desta edição do evento é um recorde, mas, segundo o Comitê Paralímpico Internacional (IPC), o número de delegações é menor do que o de Londres, em 2012, quando 164 países marcaram presença.
A pandemia de Covid, que impediu a participação de vários países da região do Pacífico, é responsável pela queda. Nesta terça-feira, no Estádio Nacional de Tóquio, o desfile da cerimônia de abertura contou com representantes de menos de 160 delegações.
Com o tema "Temos asas", o espetáculo recriou um aeroporto e um avião de uma asa só, interpretado por uma adolescente de 13 anos em uma cadeira de rodas, conseguiu simbolicamente voar. O comitê de refugiados abriu o desfile, liderado pelo nadador refugiado afegão Abbas Karimi e pela lançadora síria Alia Issa.
Os dois atletas do Afesganistão inscritos não puderam vir a Tóquio devido à tomada do poder do país pelo Talibã, mas a bandeira afegã desfilou e foi aplaudida pelos jornalistas e autoridades, os únicos autorizados a assistir à cerimônia das arquibancadas devido à quinta onda de Covid no Japão.
Brasil tem quinta maior delegação
Outros elementos também lembravam o impacto da pandemia sobre o evento. Os atletas neozelandeses preferiram não participar do desfile para evitar o risco de contaminação. A delegação brasileira, apesar de ser a quinta maior dessas Paralimpíadas, com 234 paratletas, desfilou com apenas quatro pessoas na cerimônia de abertura.
O Japão tem o time recorde de 254 paratletas, à frente da China, que domina o quadro de medalhas em todas as edições dos Jogos Paralímpicos desde 2004.
O evento deu início a 13 dias de competições e os organizadores esperam ver o retorno das notícias sobre esportes na mídia, atualmente dominada pela pandemia de Covid. O arquipélago japonês registra um recorde de 25.000 casos diários nos últimos dias e Tóquio se aproxima da oitava semana de estado de emergência.
Entre os participantes das Paralimpíadas, 161 contaminados foram confirmados, a grande maioria deles profissionais de apoio. Até agora, somente 6 paratletas testaram positivo.
Audiência televisiva
Sem público nos estádios, o Comitê Paralímpico Internacional espera uma audiência de quatro bilhões de telespectadores acumulados. "Não posso acreditar que finalmente estamos aqui", disse o presidente do IPC, Andrew Parsons, nesta terça-feira. "Muitos duvidaram que esse dia chegaria, muitos pensaram que era impossível, mas graças aos esforços de muitos, o evento esportivo que tem o maior potencial de mudança do planeta está prestes a começar", completou.
Criados em 1960, os Jogos Paralímpicos acabaram se impondo como um encontro esportivo incontornável. Em 1964, apenas 378 atletas competiram no evento, que também aconteceu em Tóquio. A capital japonesa é aliás a primeira cidade a acolher pela segunda vez as Paralimpíadas. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos acontecem na mesma cidade desde as Olímpiadas de Seul, em 1988.
Do atletismo ao vôlei sentado, as medalhas serão disputadas em 22 esportes. Dois deles, o taekwondo e o badminton, estreiam no programa este ano.
"Blade Jumper" espera bater novo recorde
Várias celebridades do paratletismo buscam fazer história em Tóquio. Entre eles, o alemão Markus Rehm. Conhecido pelo nome de "Blade Jumper" por causa de sua lâmina de prótese de carbono, o atleta de salto em distância detém o atual recorde mundial de sua categoria, com um salto 8,62 metros realizado no último campeonato europeu, em junho. O triplo campeão paralímpico, de 33 anos, espera repetir o desempenho no Estádio Nacional de Tóquio, realizando um melhor salto que o atual campeão olímpico, o grego Miltiadis Tedoglou (8,41 metros).
A italiana Bebe Vio, ícone do esporte em seu país natal, é a primeira atleta da esgrima a competir sem braço nem pernas. Ela foi medalha de ouro e bronze nos Jogos Paralímpicos do Rio em 2016. Bebe Vio vai tentar repetir a marca no Japão para a alegria do um milhão de fãs de sua conta no Instagram.
O japonês Shingo Kunieda é um dos tenistas em cadeira de rodas com o maior número de títulos. Ele já conquistou 45 Grand Slams, três medalhas de ouro e duas de bronze paralímpicas e pretende brilhar em casa.
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